Em Cannes, Oliver Stone denuncia EUA
A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a operação Lava Jato teve por trás o interesse do governo dos Estados Unidos de desestabilizar líderes latino-americanos de esquerda. A afirmação partiu do cineasta Oliver Stone, 74 anos, responsável pela direção de obras como “JFK” (1991), “The Doors” (1991) e “Platoon” (1986).
“Pegaram o Lula com a Lava Jato. Foi selvagem, uma história suja”, disse Stone, durante entrevista no Festival de Cinema de Cannes, onde estreou seu novo documentário “JFK Revisited: Through the Looking Glass”, sobre a morte do presidente americano John Kennedy.
Stone anunciou que prepara novo filme no qual Lula será o principal personagem. A obra deve ficar pronta no primeiro semestre de 2022. De acordo com o cineasta, a condenação de Lula pelo juiz Sérgio Moro foi uma arma de guerra. “É duro, é uma guerra em curso o que está acontecendo”, denunciou.
Ele também afirmou que a grande mídia americana trata de forma parcial países governados pela esquerda, entre eles Cuba, que vive protestos nas ruas. “A mentalidade no Ocidente agora é completamente anti-Rússia, anti-China, anti-Irã, anti-Cuba, anti-Venezuela. Não se pode falar nada de bom sobre eles. O que mais está na lista? No Brasil, Lula foi para a prisão, eles se livraram do Lula. Eles policiam o mundo”, afirmou Stone.