Em Cannes, alvo de Spike Lee e Mendonça
Em Cannes, na França, durante a abertura do 74º Festival de Cinema, o cineasta brasileiro Kleber Mendonça Filho denunciou o governo do presidente Jair Bolsonaro pelas mortes de meio milhão de brasileiros por Covid-19 no país. “No Brasil, atingimos a marca dos 500 mil mortos pela pandemia da Covid-19. Sabemos, através de dados técnicos, que, se o governo tivesse agida corretamente, 350 mil pessoas teriam sido salvas. Penso que uma forma de resistir é espalhar a informação, falar e discutir”, disse.
Diretor de “Bacurau” (2019), “Aquarius” (2016) e “O Som ao Redor” (2012), o cineasta pernambucano — que integra o júri do Festival de Cannes este ano — criticou ainda o desmonte do setor cultural brasileiro. Ele comentou sobre o fechamento da Cinemateca Brasileira, que detém mais de 90 mil títulos. Mendonça disse que há clara demonstração de desprezo pela cultura e pelo cinema no país.
No início da semana, o cineasta estadunidense Spike Lee, presidente do júri do Festival de Cannes, chamou Bolsonaro de gângster. “O mundo é governado por gângsteres. O agente laranja [assim se refere a Donald Trump, para não citar seu nome], o cara lá do Brasil… Eles fazem o que querem, sem moral nem escrúpulos. E esse é o mundo em que vivemos. Temos que levantar a voz contra mafiosos desse tipo”, defendeu.