A pressão das ruas
Diante do agravamento da crise sanitária — com a marca de 2 mil mortes diárias se mantendo há mais de 15 dias — e a eclosão de novas denúncias de corrupção no Ministério da Saúde, a Campanha Fora Bolsonaro marca novos atos para 24 de julho e vai entregar novo pedido de impeachment à Câmara
As organizações sociais responsáveis pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro definiram nova data de mobilização em todo o país para o dia 24 de julho, sábado, quando serão promovidos novos protestos contra o governo.
A definição do dia 24 de julho se deu devido à ampliação do processo de mobilização, com prazo para a articulação de outras atividades, como paralisações de categorias nos locais de trabalho, além de ações nas periferias e nos grandes centros.
Segundo os organizadores, ligados às frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, também serão promovidas iniciativas para aumentar o envolvimento de um número maior de cidades. Os atos incluem o Fora Bolsonaro, a defesa da aceleração da vacinação em massa, um novo auxílio emergencial de R$ 600 até o final da pandemia e contra os cortes da educação e por mais empregos.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), participou do encontro que escolheu a data do novo ato nacional. Durante a reunião, ela falou sobre o “superpedido” de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que está sendo elaborado por um grupo de juristas, e também sobre a importância de se manter fortalecida a luta nas ruas.
Partidos, parlamentares de esquerda, centro, direita, entidades, movimentos sociais e pessoas físicas decidiram apresentar o superpedido de impeachment de Bolsonaro à Câmara dos Deputados na quarta-feira, 30, às 14h, em ato no Congresso.
A peça inclui o conjunto de crimes cometidos pelo atual presidente da República desde a posse em 2019, sendo a maioria os crimes cometidos durante a pandemia, que resultaram na morte de mais de 500 mil brasileiros.
O pedido conjunto agrupa mais de uma centena de iniciativas apresentadas junto à Câmara dos Deputados por partidos, parlamentares, associações profissionais, entidades de classe e pessoas físicas, por diversos motivos, desde a posse do presidente, em janeiro de 2019.
O protocolo do impeachment será acompanhado de ato político com participação de líderes políticos e de organizações da sociedade civil e será aberto à participação popular.