Lula contra o desmonte da indústria naval
Em visita ao Rio, ex-presidente visita estaleiro e conversa com líderes sindicais. E alerta que o país não pode prescindir de uma indústria naval forte: “O Brasil não é do Bolsonaro”
Em viagem ao estado do Rio de Janeiro, onde passou três dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na sexta-feira, 11, em Nitéroi, onde visitou um estaleiro para conversar com trabalhadores e líderes sindicais sobre a redução de empregos na indústria naval. No passado, o setor chegou a ter mais de 82 mil empregos diretos e 400 mil indiretos em todo o país.
“Nós em pouco tempo conseguimos criar uma indústria naval competitiva e poderosa”, lembrou. “O Brasil poderia ter uma das maiores indústrias navais do mundo”. Lula disse que lembrava quando a Petrobrás descobriu o pré-sal. “Tinha gente que não acreditava que conseguiríamos explorar. Hoje conseguimos tirar petróleo a 7 mil metros de profundidade”, destacou.
“Eu que já visitei tantos estaleiros ao longo da minha vida, hoje volto ao Rio com tristeza vendo o desmonte da indústria naval”, lamentou. “Deixamos de ser grande pra voltar a ser pequenos. Deixamos de produzir conteúdo nacional pra virar vira-lata de outras economias. Temos engenharia, temos tecnologia, temos mão de obra qualificada. Apenas no estado do Rio de Janeiro, a indústria naval tinha 33 mil trabalhadores. Hoje tem menos de 7 mil”, advertiu.
No encontro com sindicalistas e operários, o ex-presidente fez um alerta: “Quero mandar um recado aos trabalhadores da indústria naval: não deixem destruírem o que vocês construíram. São 15 milhões de brasileiros desempregados. A gente tem que reagir e defender esse país. O Brasil não é do Bolsonaro”, comentou.