A mega operação da Polícia Federal para investigar o envolvimento do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) com grupos criminosos que contrabandeiam para o exterior madeira extraída ilegalmente expôs, mais uma vez, o caráter miliciano-negacionista do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.

O mundo está perplexo com a divulgação dos crimes cometidos por Salles e agentes públicos nomeados por ele, todos em articulação com madeireiros para atuar contra a administração pública, praticando corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando.

A bancada do PT entrou com uma notícia-crime contra Salles no Supremo Tribunal Federal e defende a criação imediata de uma CPI para investigar o nefasto ministro, cuja gestão tem-se voltado para destruir o meio ambiente em todos os biomas do país, junto com diferentes organizações criminosas que agem contra a natureza, povos indígenas,  quilombolas e habitantes da Amazônia.

Salles inviabilizou a proteção ambiental e assim contribuiu decisivamente para a alta do desmatamento e das queimadas, sobretudo na Amazônia. Só em abril deste ano, foram desmatados quase 800 km2 de florestas. Reuniu-se com garimpeiros criminosos e os levou em avião da FAB à Brasília, onde defenderam – pasmem – o direito de destruir rios e florestas.

Quando o mundo reforça a importância de medidas urgentes em defesa da natureza, o Brasil vai na contramão. O ministro do Meio Ambiente segue o pensamento militar brasileiro de 50 anos atrás, que via a natureza como inimiga. Já deveria estar afastado em caráter liminar (urgente) e condenado, com a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público e de receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios.

A PF comprovou o que denunciamos há tempos: Salles sempre teve o objetivo de fragilizar e destruir todo o legado na área ambiental que o Brasil construiu em décadas, com estruturas de fiscalização, normas ambientais e mecanismos de proteção à fauna, flora e nossos biomas. A quebra do sigilo fiscal e bancário do ministro, já decretada, vai ajudar a esclarecer se ele também praticou corrupção e enriquecimento ilícito ao fortalecer a atuação de grupos criminosos.

O Brasil tem um governo que “passa a boiada”, promovendo a devastação, a garimpagem e a grilagem de suas terras e de seu patrimônio ambiental. Afastamento já e cadeia para Salles!