Por Fátima Ali * e Misiara Oliveira **

 

 

Enquanto escrevemos, muitos palestinos e palestinas são assassinados, feridos e expulsos dos seus lares, impedidos de professar sua fé, cristã ou islâmica, pela tragédia que espelha o avanço da judaização de Jerusalém – capital da Palestina, definida como território internacional pela Resolução 81 da ONU, bem como pelo projeto sionista-colonialista, um verdadeiro retrocesso civilizatório e humanitário.

Enquanto escrevemos, muitos palestinos e palestinas são assassinados, feridos e expulsos dos seus lares, impedidos de professar sua fé, cristã ou islâmica, pela tragédia que espelha o avanço da judaização de Jerusalém e do projeto sionista-colonialista, um verdadeiro retrocesso civilizatório e humanitário.

A autoproclamação de Israel, na tarde de 14 de maio de 1948, marca a o início de uma trajetória política genocida de Israel. No primeiro dia após a autodeclaração, 15 de maio de 1948, se inicia a Nakba, parte do plano de limpeza étnica perpetrado pelo sionismo contra a população Palestina.

A marca do Estado de Israel nestas sete décadas é a do Apartheid, expresso na ampliação dos assentamentos, nas medidas de controle de circulação, nos checkpoints, na destruição de casas e oliveiras milenares palestinas, na inviabilização econômica, no controle hídrico e na tentativa de apagamento cultural. Precisamos compreender que vidas importam, e a Israel do Apartheid tornou o viver inviável para palestinas e palestinos.

A tão sonhada paz, pressupõe a observância e o cumprimento de tratados internacionais, que desde 1948 previram a criação de dois Estados Nacionais soberanos, um Palestino e um Israelense. Mas o que se pode verificar nestas mais de sete décadas, foi a negação por parte de Israel, de todos os acordos firmados após a Resolução da Organização das Nações Unidas que possibilitou a criação de seu Estado.

O que dolorosamente assistimos, não deve ser chamado de guerra, mas sim de genocídio do Povo Palestino, uma tragédia humanitária que se aprofunda em pleno século 21.

Os eventos dos últimos dias, do final do Ramadã e às vésperas da recordação da Nakba, são fruto deste histórico, mas também refletem uma tentativa desesperada do premier Benjamim Netanyahu, acusado de corrupção, e que não alcançou maioria na última eleição realizada em março deste ano, de se manter no poder.

É neste contexto que se dá a tentativa de expulsão de palestinos residentes do bairro Sheikh Jarrah, voltada à judaização de Jerusalém, marcada pela repressão aos cristãos locais, incluindo sacerdotes, impedindo-os de acesso à Igreja do Santo Sepulcro, bem como o bloqueio, no início do Ramadã, do Portão de Damasco, que dá acesso à Esplanada das Mesquitas.

Por isso, fazemos um chamado a todos os humanistas, defensores dos direitos humanos, aos democratas em escala mundial a, inspirados em Paulo Freire,  conjugar o verbo Palestinar, expressando a esperança de uma vida digna, com paz para a Palestina. •

* Vice-presidenta da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL)

** Integrante da Executiva Nacional do PT