No momento mais grave da crise sanitária que o país enfrenta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a semana em Brasília para tratar de projetos para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Na segunda-feira, 3, ele desembarcou na capital da República e manteve uma intensa agenda de conversas com dirigentes do PT e de outras agremiações políticas. Também conversou com diplomatas europeus e de países latino-americanos para discutir saídas para a crise.

De acordo com a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), Lula insistiu nas conversas com líderes políticos sobre a necessidade de o Estado brasileiro desempenhar seu papel para tirar o país da crise. “Não dá para enfrentar uma pandemia como esta sem ter a proteção do Estado”, disse. O ex-presidente quer assegurar renda de R$ 600 para que o povo possa passar pela crise. O governo reduziu o benefício para R$ 150.

Segundo Gleisi, nas conversas com políticos, o ex-presidente tem destacado que o Estado tem condições de pagar pelo auxílio de R$ 600. “Estamos com o desemprego em alta, com as pessoas sem renda e grande parte da população passa fome”, lembra a deputada. Na semana quem vem, líderes do PT pretendem ampliar a mobilização no Congresso pelo aumento do valor do auxílio.

Outros temas como as vacinas e a crise econômica também estiveram na pauta das conversas do ex-presidente. Gleisi diz que há necessidade de debate diante da crise vivida pelo país, agravada pela pandemia que piorou as condições da economia.

Na quinta-feira, 6, Lula se encontrou com o ex-presidente José Sarney. O encontro teve um caráter pessoal. Ambos são amigos e não se viam desde o início da pandemia. Os dois ex-presidentes têm relação antiga de amizade e Sarney apoiou Lula em sua campanha pela liberdade, durante o processo de perseguição da Lava Jato.  Lula também manteve reuniões com o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, além dos integrantes da bancada do PT na Câmara e no Senado.