Morre o pai do Consenso de Washington
O economista John Williamson, especialista em assuntos relacionados à economia internacional e que viveu no Brasil no fim dos anos 1970, quando trabalhou na PUC do Rio de Janeir, morreu no domingo, 11, aos 83 anos. Foi ele quem cunhou o termo Consenso de Washington no final da década de 1980.
Inglês, nascido no Reino Unido em 1937, Williamson era casado com uma brasileira e fluente em português. Foi pesquisador do Peterson Institute for International Economics (PIIE), em Washington. Trabalho no Tesouro do Reino Unido, no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial, na Universidade de Warwick (Reino Unido), na Universidade de York (Reino Unido) e no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), além da Universidade de Princeton.
Williamson ficou famoso mundialmente pela elaboração do controverso receituário liberal que ficou conhecido como Consenso de Washington: uma lista de dez políticas que poderiam levar a América Latina ao desenvolvimento e que também eram amplamente aceitas por economistas de instituições como o FMI e o Banco Mundial. Foi um duro crítico do aumento dos gastos públicos durante o governo Lula.
Entre os pontos de sua receita estavam a defesa de déficits orçamentários pequenos o suficiente para serem financiados sem recorrer à inflação, o direcionamento de gastos públicos para áreas com retorno econômico ou que poderiam ampliar a distribuição de renda (saúde, educação e infraestrutura), e a liberalização financeira (taxas de juros determinadas pelo mercado), além de taxa de câmbio competitiva, fim de restrições ao comércio exterior, investimentos estrangeiros e privatização de estatais.