Defesa pede ao STF trancamento de ações da Lava Jato
Em petição ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Lula solicitou na terça-feira, 13, o trancamento de três ações penais oriundas da operação Lava Jato — aquelas referentes ao sítio de Atibaia e ao Instituto Lula, encaminhadas à Justiça de Brasília — devido à ocultação de provas e ao uso ilegal de dados por parte dos procuradores de Curitiba.
Na peça, os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins mostram que os procuradores da Lava Jato agiram de forma desleal e sonegaram da defesa, e do próprio STF, documentos sobre o acordo de leniência da Odebrecht, em especial aqueles trocados entre a força-tarefa de Curitiba e autoridades suíças e norte-americanas. Por ter agido assim, argumentam os defensores de Lula, “o Estado-acusador deve ser impedido de levar adiante qualquer ato de persecução”.
Desde 2017, os advogados de Lula tentam acesso à íntegra do acordo de leniência e ao material trocado entre a Lava Jato e autoridades estrangeiras, por acreditarem que o documento ajudaria a comprovar a inocência do presidente. Segundo lembram na petição, desde aquela época, os membros da extinta força-tarefa afirmavam, inclusive perante o STF, que não tinham nada documentado com autoridades de outros países em relação ao acordo de leniência da Odebrecht. A existência de tais documentos acabou reconhecida, em março.