‘Time’ especula o que acontece com volta de Lula
Jair Bolsonaro não é mais o único político importante no Brasil concorrendo à Presidência. Em uma decisão surpresa, um juiz do Supremo Tribunal derrubou duas condenações de corrupção contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, abrindo a porta para ele disputar as eleições presidenciais de 2022. Como em todas as coisas da política brasileira, é complicado.
Ex-líder sindical, Lula foi presidente do Brasil de 2003 a 2010, um momento particularmente bom para governar o país devido ao boom global de commodities em curso. Lula canalizou os lucros econômicos do Brasil para programas públicos e de bem-estar generosos, conquistando um contingente leal do eleitorado brasileiro no processo.
Ele também se tornou uma espécie de garoto-propaganda da “nova” esquerda latino-americana. Quando Lula deixou o cargo, foi substituído por Dilma Rousseff… Mas então a economia parou e as extensas investigações da “Lava Jato” começaram a desenterrar a corrupção da classe política do Brasil. Lula foi arrastado pela Lava Jato e Dilma Rousseff foi acusada de truques contábeis para alavancar a economia.
A presidenta foi afastada e Lula acabou sendo condenado por corrupção. Essas acusações impediram o ainda popular Lula de concorrer às eleições de 2018. Originalmente, os advogados de Lula queriam que as acusações contra ele fossem retiradas porque acusavam o juiz Sergio Moro – que viria a se tornar ministro da Justiça de Bolsonaro – por preconceito e conluio.
Esta é uma acusação séria e que ameaça desvendar muitos dos casos relacionados com Lava Jato aos quais Moro tinha conexões. O ex-juiz enfrenta agora suas próprias alegações de conluio.
* Colunista de relações exteriores e editor geral da Time, é o presidente do Eurasia Group, consultoria de risco político.
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