Governadores assinam pacto nacional para salvar vidas
“Temos 30, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI”, afirma o governador Wellington Dias, em alerta sobre colapso do SUS
Diante da total negligência do desgoverno Bolsonaro no combate à pandemia, os governadores tomaram para si a tarefa de salvar vidas e acelerar a imunização da população brasileira. Na quarta-feira, 10, gestores de 24 estados e do Distrito Federal assinaram o Pacto Nacional em Defesa da Vida e da Saúde. O documento estabelece a criação de um comitê gestor, integrado por membros do Executivo, Congresso, Poder Judiciário, estados, municípios e especialistas reunidos em torno de uma comissão para sugerir ações e diretrizes para mitigar os efeitos da pandemia e ampliar a vacinação.
A iniciativa representa uma luz no fim do túnel da catástrofe que se abateu no país pela inexistência de gestão federal da crise. A carta reafirma a necessidade urgente de ampliação da vacinação, no marco legal do Plano Nacional de Imunização, com negociações internacionais junto aos laboratórios e diálogo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os governadores também defendem o fortalecimento de medidas preventivas como o isolamento social e o uso de máscaras em caráter nacional. “Há limites objetivos à expansão de leitos hospitalares, tendo em vista escassez de insumos e de recursos humanos”, justificam os gestores.
“As medidas preventivas protegem as famílias, salvam vidas e asseguram viabilidade aos sistemas hospitalares. Medidas como o uso de máscaras e desestímulo a aglomerações tem sido usadas com sucesso na imensa maioria dos países, de todos os continentes”, aponta o documento, que sustenta ainda a importância do apoio para a ampliação de leitos de UTI em estados e municípios.
Na quinta-feira, 11, os governadores participaram de audiência pública da Comissão Temporária Covid-19 no Senado para discutir o enfrentamento à pandemia. Na reunião, o governador do Piauí e representante do Fórum dos governadores do Nordeste, Wellington Dias, desmentiu o ministro Eduardo Pazuello, que afastou o risco de agravamento da crise.
O governador alertou que o país já vive o colapso dos hospitais, com milhares de pacientes desassistidos. “Algo aí como 30 mil, 40 mil pessoas em todas as filas hospitalares por vaga de UTI e, em alguns lugares também, de leito clínico. Ou seja, gente morrendo por falta de respirador”, lamentou.
Agência PT