O PT E OS MOVIMENTOS SOCIAIS

OS INSTRUMENTOS DE AÇÃO

1- Na atual conjuntura, as elites se unificaram em torno de alguns pressupostos básicos do projeto neoliberal e deram formato a uma maioria
expressiva dentro do Parlamento, isolando os setores sociais e políticos que a eles se opõem e impondo a desarticulação dos alicerces econômicos que podem dar
sustentação a um projeto nacional para o Brasil.
Os movimentos sociais que se oponham aos projetos de ajuste são fatores fundamentais para organizar uma reação. É papel do PT vincular-se a estes
movimentos e contribuir para organizar estas lutas.
É necessário estreitarmos de vez, do ponto de vista partidário, as ações entre os militantes petistas do movimento sindical e popular, das cidades e do campo. O
espaço político do PT na sociedade brasileira é determinado, em larga medida, pelo vigor dos movimentos sociais e pela qualidade dos laços que o Partido conseguir
manter com eles. O sentido da ação política do PT é inseparável dos movimentos sociais que o geraram e da perspectiva de forçar novos espaços de participação
popular e de reafirmar-se como espaço político dos excluídos.
2- A ação partidária nos movimentos sociais deve ter lugar obrigatório na vida interna do PT. Não se trata apenas de discutir a situação dos movimentos e a
solidariedade do Partido para com eles; nem se trata somente da discussão das pautas reivindicatórias dos movimentos. O PT deve ter como meta dirigir
politicamente a ação dos petistas nos movimentos sociais, assumindo, como Partido, o que hoje é feito pelas tendências do PT, principalmente no movimento sindical. É
preciso institucionalizar nos Encontros – Nacional, estaduais e municipais – o espaço adequado para a realização deste debate, ocupando parte substancial do espaço
que hoje é consumido para a discussão das táticas eleitorais. Para vertebrar sua ação, o PT deve definir com clareza os papéis dos organismos partidários
responsáveis pela formulação das políticas e direção da ação concreta e cotidiana dos petistas nos movimentos de massa.
3- A disputa pelo destino de nossas cidades não deve ser tarefa apenas do movimento popular. A questão agrária não deve ser tratada em separado da questão
urbana. A luta pelo salário, desenvolvida nos sindicatos e nas fábricas, deve ser somada à luta por condições de vida das associações comunitárias e dos bairros.
A construção de identidades, a luta contra as discriminações, preconceitos e desigualdades não pode ser coisa de mulher, índio, idosos, portadores de deficiência
ou de homossexuais. Nossas ações devem ser globalizadas, o que se faz em três níveis: através da adequação entre as políticas setoriais e a política geral do Partido;
através da discussão, pelo Partido, de cada uma das políticas setoriais; e, no plano da organização, a criação de instâncias partidárias adequadas a estes objetivos.

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Acesse aqui a Resolução completa e o conjunto de documentos do X Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores.

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