Por Marta Rodrigues

No domingo, 16 de maio, completam-se 20 anos de um dia que deve estar gravado nos livros e nos registros históricos sobre a luta do povo baiano e soteropolitano pela liberdade de expressão, contra a censura e contra a opressão.  Foi nessa mesma data, no ano de 2001, que mais de oito mil pessoas saíram às ruas para pedir a cassação do então senador Antônio Carlos Magalhães, acusado de violar o painel do Senado para ter acesso a quem votou contra um aliado político dele.

Estavam ali, a caminho do bairro da Graça, onde o político morava, sindicalistas, movimentos sociais, estudantes, professores e setores da sociedade civil exercendo o direito democrático de se expressar e gritando basta para a forma carlista de governar com ameaças, perseguições a estudantes, sindicatos e movimentos sociais.

Sob o comando do então governador Cesar Borges, aliado de ACM, fomos recebidos com a tropa de choque e cavalaria da Polícia Militar. Sentimos na pele toda a herança da ditadura que o governo levava consigo: truculência, bombas de gás lacrimogêneo, sprays de pimenta e espancamentos. Uma cena de horror foi vista nos arredores da Faculdade de Direito, e até mesmo dentro dela, contrariando a Constituição Federal. Estávamos sitiados e, em cima do viaduto Nelson Sampaio, encurralados pela força opressora da polícia.

No meu primeiro mandato como vereadora de Salvador, em 2009, apresentei um projeto de indicação para que o viaduto passasse a se chamar “Viaduto 16 de maio”. O projeto foi aprovado na época, mas até hoje não foi implementado.

Nomear oficialmente o viaduto como “16 de Maio” é dar o devido valor e reconhecimento à luta que travamos contra a tirania, contra as injustiças e todas as formas de opressão. Garantir que a luta pela democracia seja reconhecida e esteja nos anais da história é um compromisso que todos nós devemos assumir com as futuras gerações. Marcar e registrar para que nunca mais se repita.

Conheça o projeto de indicação da vereadora Marta Rodrigues sobre o Viaduto 16 de Maio.

Marta Rodrigues é vereadora do PT e presidente da Comissão de Direitos Humanos e Democracia da Câmara de Salvador

 

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