NEGROS GANHAM ESPAÇOS NAS GESTÕES PETISTAS – 2004

As eleições municipais confirmaram uma tendência histórica do PT: a abertura de novos espaços para os negros na política. A avaliação é do secretário nacional de Combate ao Racismo, Martvs das Chagas, que acompanhou alguns candidatos afrodescendentes durante a campanha.

Balanço parcial feito pela secretaria junto às cidades acompanhadas aponta que o partido elegeu ao menos três prefeitos e 16 vereadores — alguns com votações expressivas. Reeleita com 46 mil votos em São Paulo, a sindicalista Claudete Alves, por exemplo, foi a 19ª vereadora mais votada do Brasil.

Como símbolo da política de inclusão racial adotada pelo partido, Martvs menciona o caso de Cláudio Pereira, o Caju, prefeito reeleito em Paranapuã (SP). Negro, cortador de cana. Caju superou as barreiras da exclusão social para se reeleger com 57% dos votos.

A dedicação do PT ao assunto não se restringe, contudo, aos períodos eleitorais. Segundo Martvs, a grande vitória petista foi a inclusão da temática racial na agenda das políticas públicas brasileiras. “Acompanhamos o trabalho de nossos candidatos negros e conseguimos disseminar o debate também entre os companheiros não-negros que adotaram políticas públicas de ação afirmativa e de igualdade racial”, diz. Para ele, estas novas demandas sociais foram acrescentadas à agenda habitual das gestões petistas, ao lado do Orçamento Participativo e da inversão das prioridades econômicas.

Quando os prefeitos petistas assumiram, em 2001, apenas 2% das cidades administradas pelo partido contavam com órgãos especializados na promoção da igualdade racial. Hoje, quatro anos depois, 25% delas — ou cerca de 50 gestões — têm órgãos dessa natureza. O secretário destaca que, com a eleição do presidente Lula, a questão racial tomou-se um dos grandes eixos da política nacional. Uma das principais ações foi a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir).

Fonte: PT Notícias, nº 157, outubro/novembro de 2004, p. 06. Acervo: CSBH/FPA.

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