COMBATE AO RACISMO ESTÁ ORGANIZADA EM DEZ ESTADOS – 1997

Secretaria Nacional de Combate ao Racismo

Um ano e meio após sua formação, a Secretaria Nacional de Combate ao Racismo colhe os primeiros frutos em termos de organização no interior do Partido. Já são 10 secretarias estaduais, diversas municipais e vários núcleos e setoriais espalhados pelo Brasil. Para o secretário nacional, Flávio Jorge, o fato é inédito, não só no PT, mas na vida partidária do país. “Pela primeira vez em nossa história política, há a estruturação de uma secretaria nacional de combate ao racismo e, mais importante, com funcionamento regular, proporcionando a socialização de informações, a intervenção coletiva de negros e negras no interior do PT, o que permitiu, neste período, que houvesse a discussão permanente da questão racial através da presença constante junto às instâncias do Partido”, avalia Flávio.

Para ele, a constituição da secretaria, 17 anos após a fundação do PT, vai se refletir na organização do movimento negro e na alteração das condições de vida e trabalho da população negra. “E um primeiro passo em direção aos nossos objetivos, que são: aprofundar o debate em torno das relações raciais no Brasil, priorizando uma nova estratégia da luta anti-racista diante do complexo quadro político- econômico-sócio cultural; aprofundar o debate no interior do PT, quanto ao caráter estratégico da luta anti-racista, na disputa por uma sociedade socialista e na construção de um projeto alternativo ao neoliberalismo; e estabelecer um programa de ação para a intervenção da militância negra e anti-racista do PT”, disse o secretário.

Interação

Flávio destaca a importância da interação com as outras secretarias a partir de sua identidade própria e das especificidades da população negra. “Nossa ação não se deu de forma isolada. Através de um trabalho conjunto com as secretarias Sindical, Institucional, Agrária, de Relações Internacionais, de Mulheres e de Juventude, pudemos contribuir na criação da consciência de que a questão racial é fundamental para a construção de um projeto partidário que vise, enfim, a cidadania”, comentou.

O secretário acrescenta que essa visão é fundamental para a discussão de propostas alternativas ao modelo neoliberal implementado no Brasil. “Somos a parcela da população mais diretamente atingida pelas políticas genocidas e de exclusão em curso. Como exemplo, estão aí as reformas administrativa e da Previdência. A quebra da estabilidade do servidor público, principalmente, afeta em cheio os negros, porque a administra ção pública é uma das poucas possibilidades de trabalho para os negros e negras em nosso País”, denuncia.

Fonte: PT Notícias, nº 47, julho de 1997, p. 03. Acervo: CSBH/FPA.

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