Clóvis Rossi
Por que essa rara unanimidade? Primeiro porque Carlito era o que, no meu tempo de jovem, se chamava de "boa alma"
Por que essa rara unanimidade? Primeiro porque Carlito era o que, no meu tempo de jovem, se chamava de "boa alma"
Carlito, uma rara e inteligente unanimidade
No mundo da comunicação em geral (jornalismo, publicidade e afins), a competição é tão forte e os egos tão formidáveis que são raríssimos os casos de profissionais de que ninguém consegue falar mal. Carlito Maia é certamente um deles, o único de que consigo me lembrar capaz de ser elogiado ecumenicamente, à direita e à esquerda, embora ele, com certeza, preferisse menos ecumenismo e mais esquerda.
Por que essa rara unanimidade? Primeiro porque Carlito era o que, no meu tempo de jovem, se chamava de "boa alma". Hoje, pode até ser tomada como expressão piegas, e o mundo ficou tão duro que pouca gente se dá ao direito de ser ou parecer piegas.
Segundo porque, talvez decorrência do anterior, Carlito torcia pelo êxito das pessoas, mesmo das pessoas que conhecia pouco e mesmo que o triunfo delas pouco ou nada lhe acrescentasse.
Terceiro porque nada aquece mais a alma e o coração do que um elogio bem colocado de uma pessoa inteligente, ainda mais quando se tem certeza de que o elogio é absolutamente desinteressado. E Carlito Maia era o mestre absoluto na arte de aquecer almas e corações com esse tipo de cumprimento.