Crescer e distribuir é possível
O livro reúne 28 artigos dos autores publicados ao longo de 2021 e 2022 na revista Focus Brasil, também editada pela FPA. O volume apresenta farto conjunto de dados e estatísticas oficiais (quase cem gráficos e tabelas) que tornam claro e evidente que é absolutamente falsa a narrativa de que a política econômica do Partido dos Trabalhadores (PT) teria “quebrado o Brasil”. Para os autores, essa narrativa cumpriu o objetivo de criminalizar politicamente o PT, abrindo caminho para o impeachment de Dilma, a prisão de Lula e o avanço do ultraliberalismo e do conservadorismo no país.
Crescer e distribuir é possível! relembra qual era a realidade econômica brasileira no final dos governos de Fernando Henrique Cardoso, quando Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o país, em 2003. A partir dessa contextualização, o livro demonstra que durante os governos Lula e Dilma houve drástica redução da vulnerabilidade externa da economia e foi feita consolidação fiscal de longo prazo, apoiada no crescimento, que tornaram sólidos os fundamentos macroeconômicos. A estratégia de desenvolvimento conciliou crescimento econômico com redistribuição da renda. O crescimento foi impulsionado pelos investimentos, pelo crédito e pelo mercado interno de consumo assalariado formado a partir de políticas de distribuição de renda, de redução da pobreza, de expansão e formalização do emprego e de aumento e democratização do crédito, cuja maior virtude foi a melhora expressiva das condições de vida dos mais pobres.
Crescer e distribuir é possível! ainda analisa o desastre socioeconômico causado pelas gestões Temer e Bolsonaro. Segundo os autores, nesses governos, o Brasil só não foi à bancarrota porque pôde recorrer aos mais 360 bilhões de dólares de reservas externas deixadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
O livro conta ainda com um capítulo assinado pela jornalista e cientista política Maria Inês Nassif. Ela analisa a relação entre crise política e crise econômica entre 2013 e 2016. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante assina a apresentação do livro.
Em resposta à pergunta sobre o que motivou reunir esse material no livro que ora chega às mãos dos leitores e leitoras, Eduardo Fagnani disse que
“A principal razão foi reparar uma falsidade histórica que me atormenta há 8 anos. O livro apresenta fatos que desconstroem as mentiras circulantes, segundo as quais a política econômica do Partido dos Trabalhadores (PT) teria “quebrado o Brasil”. Aquelas mentiras, construídas e repetidas a partir da falsificação de supostos ‘fatos econômicos’ – mentira que, à custa de ser repetida, implantou-se como se fosse verdade e informação correta – inventam, divulgam e repetem o que é invariavelmente apresentado no noticiário e nas ‘análises’ políticas e econômicas como se fossem desmandos da condução da política econômica do PT: de um “experimento desenvolvimentista”, ou de “nova matriz macroeconômica” ou de algum “populismo” esquerdista. Trata-se de uma poderosa narrativa “fake” engendrada por “economistas do mercado”, e amplamente difundida pela mídia corporativa, voltada para criminalizar a esquerda, destruir o PT, justificar o golpe parlamentar de uma presidenta democraticamente eleita, impedir a candidatura de Lula em 2018 e retomar a agenda ultraliberal no Brasil.
E sobre o momento atual, de disputa política entre dois projetos distintos de País, Fagnani afirma que o livro pode contribuir muito, porque
“Apresenta quase uma centena de dados e fatos que demonstram cabalmente que o discurso dominante é mentiroso e só serviu aos interesses dos protagonistas da farsa do impeachment e da restauração do ultraliberalismo econômico, responsável, em grande medida, pelo desastre econômico e social dos governos Temer e Bolsonaro.
Para saber mais sobre o livro e acessar a página onde é possível baixá-lo, clique aqui.
Sobre os autores
Eduardo Fagnani é doutor em Economia pela Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT-UNICAMP).
Gerson Gomes é membro do Conselho do Centro de Altos Estudos do Brasil para o Século 21. Foi funcionário de carreira da FAO e da CEPAL e assessor econômico no Senado Federal e na Câmara dos Deputados.
Guilherme Mello é professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisador do Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica (CECON-UNICAMP).