Brasil: 200 anos de lutas e resistências do povo trabalhador
A Fundação Perseu Abramo, por meio do Centro Sergio Buarque de Holanda, organizou um conjunto de atividades por ocasião do marco oficial do bicentenário da independência do Brasil. A efeméride nos instigou a refletir sobre os projetos de nação em disputa e os percursos de resistência que seguem até os dias atuais por um Brasil verdadeiramente livre e justo para todos.
As atividades realizadas em parceria entre a FPA e um conjunto de organizações e universidades, colocaram em evidência a relação entre história e política, entre interpretações sobre o passado e projetos que desejamos e devemos lutar para nosso futuro. Ao contrário de uma história ufanista, apaziguada e homogênea, a tradição de luta da classe trabalhadora pela sua sobrevivência e organização política, e a ação e repressão do Estado nacional em relação a esta tradição, demarcam uma trajetória de conflitos permanentes entre as classes sociais no Brasil.
O marco histórico do 7 de setembro de 1822 não trouxe ao país liberdade e soberania para todo seu povo. A independência do Brasil não encerrou o horrendo regime escravista que ainda submetia homens e mulheres negros à violência, exploração e desumanização. O processo de independência em 1822 ocorreu como uma pactuação entre as elites brasileiras do período, e continuou por perpetuar as desigualdades sociais que atravessam a história até os dias atuais.
Desejamos uma boa leitura desse livro, que é fruto dessa série de eventos, alguns deles disponíveis no canal de Youtube da FPA.
Elen Coutinho
Diretora da Fundação Perseu Abramo