Antonio Candido: pensamento e militância
Apresentação
No começo de 1998, a reunião de uma série de iniciativas, a princípio isoladas, definiu a proposta de se realizar um encontro em homenagem aos 80 anos do professor Antonio Candido de Mello e Souza. Entre os proponentes, ficou claro que a homenagem deveria compreender todos os aspectos da sua vida pública, inclusive o de sua militância. E que deveria também, como homenagem, propiciar uma reflexão sobre o período histórico de sua atuação até os dias do presente. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), cuja Congregação aprovou a realização da homenagem em 5 de março, sediaria o encontro.
As demais entidades que se dispunham a organizá-lo, ou que depois aderiram, foram: o Instituto de Estudos Avançados e o Núcleo de Literatura e Crítica Literária, sediado na Casa Mário de Andrade, ambos ligados à USP; o Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); a Faculdade de Ciências e Letras de Assis, da Universidade Estadual Paulista (Unesp); a Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp – Seção Sindical); e a Fundação Perseu Abramo, do Partido dos Trabalhadores.
Formou-se, então, uma Comissão Organizadora que, durante os meses seguintes, delineou a proposta do evento “Antonio Candido: pensamento e militância”, a se realizar nos dias 12, 13 e 14 de agosto no prédio da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, na rua Maria Antonia (hoje Centro Universitário Maria Antonia, da USP), e no Anfiteatro da História, na Cidade Universitária, em São Paulo.
O homenageado, recebendo a comunicação, mostrou-se recalcitrante. Acabou aceitando a ideia de comparecer, com a seguinte condição: não se falaria nele nem em sua obra, a não ser nos momentos inevitáveis, como numa abertura que justificasse o encontro e numa apresentação para os estudantes, definidos como o público fundamental da celebração. Os aspectos variados de suas atividades serviriam como definidores de campos de abordagem, para que então se discutissem os problemas e a situação, hoje ou em outras épocas, de campos do conhecimento, da educação, da cultura, das artes, da vida social e política. Como o leitor ou leitora poderão ver, pelo teor das contribuições, nem sempre esta norma foi devidamente obedecida; mas deve-se registrar que tanto os transgressores como os que obedeceram à regra foram compreendidos e bem recebidos pelo público. A proposta registrou, então, conforme se encontra no índice desta edição, seis áreas: Apresentação e Perfis de Antonio Candido (dividida em duas sessões, uma no Centro Universitário Maria Antonia e outra no Anfiteatro da História); Estudos Literários; Conjunturas Políticas e Militância, do Estado Novo à Nova República; Educação, universidade e movimento docente; A sociologia e a filosofia; e A universidade hoje.
Além disso, haveria uma Exposição Comemorativa no prédio de História e Geografia da USP, durante os dias do encontro, com o tema “Diálogos com Antonio Candido”, mostrando dedicatórias, cartas, fotos e outros materiais; e o encerramento seria com música ao vivo, em duas sessões, uma a cargo de José Miguel Wisnik e Luiz Tatit, e a outra da dupla Renê e Renato, com música caipira de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
O evento foi um sucesso. O recinto do Teatro da Universidade de São Paulo (TUSP), no Centro Universitário Maria Antonia, onde se realizou a abertura, estava lotadíssimo; e na Cidade Universitária foi necessário utilizar o Anfiteatro da Geografia, além do da História, instalando-se naquele, com a colaboração do Centro de Apoio à Pesquisa em História (CAPH) e dos funcionários do prédio, um telão para atender o público. Os dois anfiteatros foram usados em todos os momentos, e em duas ocasiões estiveram completamente tomados, com gente de pé, outras sentadas pelo chão, outras amontoadas perto da porta.
A Comissão Organizadora ficou assim constituída:
Pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – Flávio Wolf de Aguiar (Centro Ángel Rama), Presidente da Comissão; Norma Goldstein (Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas); Sandra Guardini T. Vasconcelos (Departamento de Letras Modernas); Adélia T. Bezerra de Menezes e Ariovaldo José Vidal (Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada); Salete de Almeida Cara e Maria Cristina Fernandes Sales (Departamento de Linguística); Arlete Cavalieri (Departamento de Línguas Orientais); Sedi Hirano (Departamento de Sociologia); Lilia K. Moritz Schwarcz (Departamento de Antropologia); Lourdes Sola (Departamento de Ciência Política); Franklin Leopoldo e Silva (Departamento de Filosofia); Zilda Márcia Gricoli Iokoi e Maria Inês M. Borges Pinto (Departamento de História); Odete Carvalho de Lima Seabra (Departamento de Geografia); Márcia Elisa Garcia de Grandi (Biblioteca, Seção de Letras) e Marlene Petros Angelides (Secretária Administrativa do Centro Ángel Rama).
Pelo Instituto de Estudos Avançados da USP – Alfredo Bosi.
Pelo Núcleo de Literatura e Crítica Literária da USP – Lizandra Guedes, José Luiz Herência e Milton Ohata.
Pelo Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp – Enid Y. Frederico.
Pela Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Assis – Tânia Celestino de Macedo.
Pela Associação de Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp – Seção Sindical) – Iracy Gomes de V. Palheta.
Pela Fundação Perseu Abramo – Zilah Wendel Abramo e Ludmila Frati.
Estiveram, também, nos trabalhos da Comissão, Walnice Nogueira Galvão e Roberto Schwarz.
Cabe, também, agradecer às seguintes entidades ou pessoas pelo auxílio que, de diversas formas, prestaram à realização do evento, além, naturalmente, dos palestrantes convidados: Centro Universitário Maria Antonia; Teatro da Universidade de São Paulo; Centro de Documentação Alexandre Eulálio da Unicamp; Comissão de Cooperação Internacional da USP; Museu Paulista da USP; Museu de Literatura da Fundação Casa de Rui Barbosa; Jornal O Estado de S. Paulo; Décio de Almeida Prado e Pedro Drummond.
Na época do encontro, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma seção especial de seu “Suplemento Cultura” sobre a vida e a obra de Antonio Candido, com parte das colaborações indicada pela Comissão Organizadora. E o jornal Folha de S.Paulo publicou uma parte de seu caderno “Mais!” com o mesmo assunto.
Finalmente, mas não menos importante, a estudante de Letras da USP, Laura Melloni, preparou a primeira versão do texto da presente edição.
A Comissão Organizadora