A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência
O presente livro resgata os estudos e a militância de Elisabeth Souza-Lobo junto ao movimento organizado de mulheres. Por sua obra, tivemos acesso à luta das operárias no ABC, temática que evoluiu pelas mãos de outras pesquisadoras e interessadas.
Pesquisas recentes sobre o mundo do sindicato e da indústria indicam claramente a existência tanto de mudanças quanto de permanências na divisão do trabalho entre homens e mulheres, num contexto de profundas transformações na organização da produção industrial. Trata-se de um mundo ainda hoje fundamentalmente masculino. Se mudanças fundamentais ocorreram desde os anos 1970 nas relações de trabalho e de poder entre os sexos, uma série de aspectos mostram que a hierarquia do masculino e do feminino continua ativa.
Os estudos de Beth Lobo, lançados há 30 anos, deixam evidentes as potencialidades analíticas do simbólico na desmontagem e reconstrução das representações e da linguagem de atores e atrizes sociais dentro de uma perspectiva histórica.