A democracia tem sido corroída por um governo que age vorazmente como cupins numa casa de madeira. A PEC do Calote é um escárnio, como um cheque em branco no valor de R$ 95 bilhões para o presidente usar em ano eleitoral

 

Este 15 de novembro, dia em que se comemora a Proclamação da República, suscita oportunas reflexões sobre os rumos do país. O evento de 1889 foi, indubitavelmente, um golpe, unindo militares e republicanos civis contra a monarquia instalada desde 1822.

Os historiadores qualificam como golpe porque foi uma transição de regime forçada e sem a participação popular. Os pilares da República começaram a ser erguidos há 132 anos sob a égide golpista, mas com o passar dos anos, a sociedade brasileira fez sua opção inequívoca pela democracia.

Há 41 anos, o PT nasceu conhecendo a história e com a consciência de que ainda era preciso lutar para consolidar, de fato, os ideais republicanos. Essa luta continua em pleno século 21.

Hoje, décadas depois, a República segue corroída, com o Golpe desfechado em 2016 contra o governo popular e legítimo de Dilma Rousseff. O golpe teve sequência em 2018, com eleições fraudadas por uma gigantesca e milionária máquina de mentiras e fake news, afora a arbitrária prisão do ex-presidente Lula, para que ele não disputasse o pleito eleitoral.

Se em 1889 houve a união das oligarquias do café com leite e do coronelismo, para derrubar o Império, para a consolidação da arcaica República Velha que terminaria só em 1930, atualmente forças reacionárias se unem em torno de um projeto antinacional e antipopular liderado pelo ex-capitão Jair Bolsonaro, líder da extrema direita nacional. Em pleno século 21, ele e o ministro da Economia conspiram e atuam contra os interesses nacionais.

Hoje, com as manipulações de redes sociais, a compra de votos de parlamentares via orçamento secreto e outras traquinagens nada republicanas, trama-se contra o país a partir de argumentos falsos e fantasiosos sobre a volta do PT ao governo, com mentiras sem nenhuma sustentação na realidade.

O novo coronelismo é coordenado pelo presidente que está destruindo a República não só com os ataques diuturnos contra as instituições e a democracia duramente conquistada a partir de 1985. Como ele mesmo disse, Bolsonaro veio para destruir, não construir. E o Brasil sofre  com um governo que pratica a política de terra arrasada, num cenário onde só se dão bem milionários e bilionários, que aumentam suas fortunas enquanto a imensa população empobrece.

A expressão “República” nasceu na Roma antiga. A ideia da “coisa pública”, reunindo uma comunidade política organizada e participativa. Talvez, em 1889, houvesse o propósito de tornar possível a todos os cidadãos brasileiros participar da escolha de seus representantes políticos. Abriu-se caminho para a democracia em nosso país, embora com percalços e golpes ao longo do tempo.

Hoje, o atual governo é uma ameaça à democracia.

Várias ameaças de golpes e afrontas às instituições foram desferidas por Bolsonaro desde que assumiu o cargo. Com a conivência das oligarquias e dos especuladores do mercado financeiro, o presidente ataca os interesses nacionais, com privatizações indecorosas e uma política para a Petrobrás que privilegia os abutres rentistas em prejuízo do povo brasileiro.

O que restou de floresta na Amazônia vem sendo destruído criminosamente, sem a contenção do governo federal. O cerrado  e outras biomas desaparecem igualmente.

A PEC do Calote é um escárnio. É um verdadeiro cheque em branco ao ex-capitão no valor de R$ 95 bilhões em ano eleitoral.

A República tem sido corroída por um governo que age vorazmente como cupins numa casa de madeira. Para a sorte do país, 75% dos brasileiros afirmam ser favoráveis à democracia, segundo o Datafolha.

Ainda há tempo de revertermos o processo. Diante da quase impossibilidade de impeachment do atual presidente, a despeito de uma extensa lista de crimes cometidos, o ano de 2022 desponta no horizonte e abre caminho para uma correção de rumo.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as diferentes pesquisas sobre intenção de votos. É a esperança de que o Brasil possa retomar o rumo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e com respeito ao meio ambiente, às diferenças e aos direitos trabalhistas e sociais.

Uma República se faz com projeto nacional e respeito às instituições, não com políticas contra a soberania nacional e desprezo ao povo. Sem pactos oligárquicos e com sanguessugas do mercado financeiro. Mas sim, com uma união nacional com o povo, movimentos populares e sindicais  e o setor produtivo para que tenhamos um país desenvolvido e justo e respeitado no cenário internacional.

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