São 31 anos de aprovações na ONU contra o embargo. O período é o mesmo do descumprimento por parte dos EUA

São 31 anos de aprovações na ONU contra o embargo. O período é o mesmo do descumprimento por parte dos EUA, por Alberto Cantalice
Shutterstock

O bloqueio econômico imposto à Ilha de Cuba perdura 66 anos, quase sete décadas. Quando da existência do COMECON (Conselho para Assistência Mútua), criado pela antiga União Soviética e composto pelos demais países de orientação socialista, a vida na Ilha se desenvolveu sem grandes percalços. 

Cuba cedia açúcar, medicamentos e fumo e recebia em troca combustível. O combustível é vital para o país. Sua energia provém de usinas termelétricas movidas a petróleo. Pelas condições geográficas, é quase impossível criar uma base renovável de energia como a brasileira: hidrelétrica. 

O debacle dos países do chamado “socialismo real”, ou puramente estatal, foi mortal para os cubanos. Ampliando, em muito, a escassez de oferta de mercadorias e serviços postos à disposição da população. 

No período em que Obama esteve à frente da Casa Branca, houve um pequeno afrouxamento no garrote que asfixia Cuba com o bloqueio imposto há décadas pelos ianques. Entretanto, com a ascensão de Donald Trump o nó foi cada vez mais apertado. Situação que perdura na já ultrapassada “era” Joe Biden. 

Abertura no horizonte

Cuba vem dando reiterados sinais do desejo de abrir a economia aos moldes do Vietnã e da China. Para isso, é urgente derrubar esse bloqueio infame. 

Recentemente, na ONU,  o presidente Lula criticou o embargo: “É injustificado manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis”, disse a líderes e representantes das nações. 

Reiteradas vezes, a Assembleia Geral da ONU aprovou resoluções exigindo a suspensão do bloqueio à Cuba. Resoluções essas, solenemente ignoradas pela empáfia norte-americana. São 31 anos de aprovações na ONU contra o embargo. O período é o mesmo do descumprimento por parte dos EUA. 

Cuba, como nação independente e soberana, tem o direito inalienável a sua autodeterminação. Não pode os EUA querer impor a ferro e fogo suas concepções de “democracia”. 

Nos últimos tempos o que se vê é uma democracia canhestra, disruptiva em Washington. Vide o exemplo da invasão do Capitólio e a recente captação de sufrágio à céu aberto promovida por Elon Musk e seus sequazes, na defesa da candidatura de Donald Trump. 

Solidariedade 

Além das dificuldades enfrentadas com o apagão da energia, Cuba enfrentou nesta segunda-feira, 21, a passagem do furacão Oscar que deixou 6 mortos e muitas áreas inacessíveis. 

Ser solidário à Cuba neste momento, transcende as questões de ideologia. É uma questão de Humanidade. Fim do bloqueio já!