O Bolsa Atleta e o crescimento do esporte
Alberto Cantalice
O Programa Bolsa Atleta foi lançado em 2004 no primeiro governo Lula. No início, contemplou 975 atletas das mais variadas modalidades. Hoje, duas décadas depois, o programa abarca quase 10 mil atletas. Uma vitória.
Fato a se destacar é que dos atuais 277 competidores que compõem a delegação brasileira nas Olimpíadas de Paris, 247 são bolsistas. Inclusive as campeãs olímpicas Rebeca Andrade da ginástica e Beatriz Silva do judô.
Desde o ano passado, o Bolsa Atleta foi aperfeiçoado e teve importantes avanços. A aprovação da Lei nº 14.614 no ano de 2023 e sancionada pelo presidente Lula, garantiu a manutenção do recebimento do benefício às mulheres durante o período de gestação e de um semestre após o parto. Outra inovação foi a inclusão, pela primeira vez, de atletas surdos e guias, bem como auxiliares do esporte paralímpico.
Em um país marcado pelas imensas dificuldades de acesso aos clubes (muitos deles de classe média e das elites econômicas), investir no ensino básico e fundamental em tempo integral pode ser uma saída para o florescimento de novos talentos nas artes e nos esportes brasileiros. Pois além das aulas regulares e do reforço escolar, a presença das atividades culturais e esportivas ganham destaque nessa revolucionária política pública.
Desgoverno anterior
O Brasil de Fato, em 13 de outubro de 2022, fez uma breve radiografia do desmonte do Programa Bolsa Atleta no desgoverno de Jair Bolsonaro. Em 2020, com a aprovação da primeira Lei Orçamentária, a Secretaria do Esporte recebeu 49% a menos do que no ano anterior. Dois terços dos funcionários da pasta foram demitidos. O Edital do Bolsa Atleta foi cancelado e um novo edital só foi publicado em 2021. Um desmonte total e absoluto.
A recriação do Ministério do Esporte, em 2023, deu novo empuxo ao Programa e abriu a perspectivas que muitos atletas oriundos das camadas populares aderissem.
Cabe agora ao Ministério, juntamente com o Comitê Olímpico Brasileiro, COB, acompanhar e monitorar a atuação das federações e confederações esportivas para criar uma sinergia que faça o Brasil dar um salto de qualidade nas competições esportivas mundo afora.
O Brasil pode e deve estar entre as principais potências do esporte olímpico mundial.
Porém não basta só o apoio do governo. É preciso que a iniciativa privada colabore. É assim em qualquer lugar do mundo. Para nós brasileiros não pode restar a mesquinharia dos endinheirados.