Nova ação contra golpistas
PF faz busca e apreensão contra financiadores dos ataques de 8 de Janeiro. Nova fase da Operação Lesa Pátria executou 22 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná
O cerco aos golpistas continua sendo executado pela Polícia Federal por determinação do Supremo Tribunal Federal. Na quinta-feira, 11, a Polícia Federal executou mais uma fase da Operação Lesa Pátria, que tem como missão identificar os incentivadores e financiadores dos atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes.
Foram realizados pela PF um total de 22 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Entre os alvos da operação estão empresários, produtores rurais e colecionadores de armas, atiradores e caçadores esportivos, os chamados CACs. Um dos mandados é contra o produtor rural Geraldo Cesar Killer, que apareceu como doador de R$ 10 mil para a campanha de Jair Bolsonaro. Na casa de Killer, em Bauru (SP), agentes apreenderam grande quantidade de dinheiro vivo.
No Mato Grosso do Sul, um dos alvos é o empresário Adoilto Fernandes Coronel, de Maracaju. O nome dele já estava nas investigações da PF como suposto financiador dos atos golpistas em uma lista de 53 pessoas físicas e sete jurídicas divulgada pela Advocacia Geral da União (AGU) em fevereiro. Todos tiveram as contas bloqueadas. O empresário está na lista de pessoas que terão que ressarcir R$ 20,7 milhões aos cofres públicos pelos atos de vandalismo.
Coronel é proprietário da Madeportas, empresa de materiais de construção, e também ocupa a cargo na diretoria da Associação Empresarial de Maracaju. Ele teria financiado uma caravana da cidade que levou 56 pessoas a Brasília em 8 de janeiro. Os policiais apreenderam um arsenal de armas na casa do empresário. O STF também determinou o bloqueio de bens de Coronel e dos 22 alvos da operação.
“Foi determinado o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para cobertura e ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público”, informou a PF. “Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, diz trecho do documento.
Desde a sua primeira fase, a Operação Lesa Pátria já cumpriu 69 mandados de prisão, sendo 65 de prisão preventiva e quatro de prisões temporárias, além de 174 mandados de busca e apreensão. Até agora também já foram instaurados 17 inquéritos. • Agência PT