Lula retoma o protagonismo brasileiro na agenda ambiental e tem sua passagem em Sharm El-Sheik, no Egito, retratada como de uma estrela do rock. “Exuberante”, elogiou o New York Times

 

 

A passagem de Lula pelo Egito e seu discurso à comunidade internacional, exortando uma aliança global em favor da desigualdade e fazendo a defesa do meio ambiente, repercutiram imensamente na imprensa estrangeira. O New York Times elogiou o líder brasileiro na COP27 e disse que Lula foi “exuberante”. “Na primeira viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior depois de vencer a eleição do mês passado, ele prometeu proteger a floresta amazônica e disse que o Brasil estava ‘deixando seu casulo’”, destacou. O jornal disse que ele “eletrizou o encontro”.

As agências internacionais de notícias também amplificaram as declarações do presidente e repercutiram seu discurso. A Reuters destacou que Lula foi recebido como um rockstar na COP27 e que prometeu proteger a Amazônia. Em outro despacho, a agência destacou outra fala do brasileiro: “Mundo deveria gastar com clima e não com guerra, diz Lula”.

A Associated Press foi mais sóbria: “Em cúpula do clima, Lula promete novo dia para a Amazônia”. Segundo a agência, o líder da esquerda disse que vai reprimir o desmatamento ilegal na Amazônia, retomará as relações com países que financiam esforços de proteção florestal e pressiona para sediar uma próxima cúpula climática mundial na floresta tropical.

O Washington Post, o mais influente da capital americana, também fez uma cobertura positiva sobre a ida de Lula à reunião de Cúpula do Clima da ONU: “Brasil está de volta. Na COP27, Lula promete ser um líder climático global”, destacou. “O presidente eleito do Brasil prometeu reverter o desmatamento, aumentando as esperanças de que o Brasil possa em breve levar outras nações vacilantes a ações climáticas mais ambiciosas”, noticiou.

A mídia europeia também fez uma promoção gratuita da imagem do líder brasileiro na volta do Brasil aos holofotes da arena internacional. Os jornais progressistas do Velho Mundo cobrem de elogios Lula e o Brasil, incluindo Le Monde, The Guardian, Libération e Sueddeutsche Zeitung.

O Financial Times foi outro a noticiar a ida do brasileiro ao encontro: “Lula promete à COP27 que ‘o Brasil está de volta’ na luta contra as mudanças climáticas”. “Presidente eleito é saudado na cúpula da ONU com gritos de seu nome por apoiadores”, relata.

O Guardian também fez alarde: “Lula promete desfazer a degradação ambiental e frear o desmatamento”. O jornal sublinhou que “o presidente eleito diz que trabalhará para salvar a floresta amazônica e os principais ecossistemas em discurso empolgante da COP27”.

E o alemão Sueddeutsche Zeitung: “Lula promete proteger a floresta tropical”. “Além disso, ele fará da proteção do clima a principal prioridade de seu mandato. Ele conseguiu se afirmar contra o direitista Jair Bolsonaro, que havia promovido o desmatamento da floresta tropical”, informa.

No Le Monde: “O brasileiro Lula ‘de volta’ dá esperança ao combate às mudanças climáticas. “O presidente eleito, recebido como uma estrela do rock na conferência mundial do clima no Egito, prometeu acabar com o desmatamento na Amazônia. Ele se ofereceu para sediar a COP de 2025”, reporta Audrey Garric.

O jornal ainda replica despacho da France Presse relatando que Lula pediu a criação “urgente” de um fundo para cobrir danos climáticos. “Antes de seu tão aguardado discurso, o futuro presidente brasileiro também se propôs a organizar a conferência mundial do clima de 2025 na Amazônia”, informa.

O Libération também foi simpática ao líder da esquerda brasileira: “Candidato à organização da COP 30, Brasil quer se tornar uma ‘força positiva’ para o clima”, destacou no título da reportagem. “O presidente brasileiro Lula quer romper com a política climaticida de seu antecessor Jair Bolsonaro”, sublinhou.

A reportagem da enviada especial Margaux Lacroux tem um tom positivo: “A COP 27 marca o retorno de um Brasil amigo às negociações internacionais sobre o clima. Na era do Bolsonaro pró-agronegócio e minerador, o país foi burro: desacelerou o progresso e revisou seus compromissos para baixo. A dois meses da posse oficial, Lula, eleito presidente em outubro, era esperado com esperança em Sharm el-Sheikh”.

O Diário de Notícias, de Portugal, também usa o material da AFP: Lula propõe a Amazónia como sede da COP de 2025. “Ele vai apresentar a proposta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e disse que há ‘dois estados aptos’ para organizar o encontro, Amazonas e Pará.

O argentino Clarín também destaca na edição de hoje a participação do novo presidente do Brasil no encontro da ONU. COP 27: Lula promete “parar” o desmatamento na Amazônia. “Seis semanas antes de assumir o cargo, o presidente eleito brasileiro iniciou uma série de aparições públicas no Egito”, informa. “A aparição de Lula, que fez um retorno extraordinário aos holofotes políticos no ano passado após uma passagem pela prisão por corrupção, foi provavelmente um dos eventos mais energizantes da COP27”.

O Página 12 adota o mesmo tom: Com Lula, Brasil volta a se preocupar com mudanças climáticas. “O presidente eleito anunciou a criação de um ministério dos povos indígenas”, sublinha o diário portenho. •

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