O homem disparou: o povo quer Lula

A volta de Lula à vida pública, após o reconhecimento da parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro e da anulação de todas as condenações contra ele pelo Supremo Tribunal Federal, abriu novas perspectivas para vitória de um projeto progressista nas eleições presidenciais de 2022. Em todas as pesquisas, Lula aparece como a grande força capaz de derrotar o bolsonarismo, o que o consolida como maior liderança popular da história recente.

O mais recente levantamento de intenções de voto, feito pelo Datafolha na sexta-feira, 9, revela que Lula lidera as simulações com chances de vitória já no primeiro turno. E mais. Ele ganha de todos os demais adversários no segundo. Contra Bolsonaro, o petista vence por 58% a 31%.

Se de um lado Lula se agiganta, do outro, Jair Bolsonaro passa pelo pior momento como presidente. Ele detém hoje a maior rejeição entre todos os nomes testados: 59%. Nessa mesma pesquisa, 51% dos entrevistados disseram que consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. É o maior índice entre todos os levantamentos feitos pelo instituto desde que o ex-capitão assumiu o cargo.  A maioria dos brasileiros considera Bolsonaro desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário e pouco inteligente.

Na quarta-feira, 7, a pesquisa PoderData, divulgada pelo site Poder 360, mostra Lula subindo 12 pontos percentuais. Ele chegou a 43% das intenções de voto. Já Bolsonaro caiu 4 pontos percentuais e registrou 29% das intenções de votos. Os demais candidatos testados — Ciro Gomes, João Dória e Henrique Mandetta — somaram juntos 15% das intenções de voto.

O ex-presidente aparece também com o menor índice de rejeição entre todos os candidatos: 36%. Empatado numericamente com João Dória, Bolsonaro tem o maior índice de pessoas que afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum: 56%.

Na pesquisa do Instituto Ipsos, divulgada na terça-feira, 6, Lula vence Bolsonaro no segundo turno por 58% a 25%.  Assim como no PoderData, o atual presidente da República aparece com o recorde de rejeição. Nada menos que 59% dos pesquisados afirmaram que não votariam nele “de jeito nenhum”, enquanto Lula tem o menor índice de rejeição: 33%.

Na interpretação da pesquisa, o Ipsos analisa que é muito expressivo o desejo pelo enfrentamento da corrupção. “E nesse sentido, o voto em Lula, neste momento se alicerça no desencanto, na rendição do eleitor ao desalento com a política”, aponta o instituto. O ex-presidente é visto como o líder que se importa com os pobres.

No mesmo sentido, a pesquisa CNT/MDA, tornada pública na segunda-feira, 5, revela que, no primeiro turno, no mostra estimulada, Lula tem 41,3% das intenções de voto contra 26,6% de Bolsonaro. No segundo turno, o ex-presidente bateria o atual ocupante do Planalto por 52,6% a 33,3%.

A pesquisa CNT igualmente comprova a alta rejeição de Bolsonaro. Questionados sobre o que é mais importante para as eleições de presidente da República em 2022, 45,1% dos entrevistados afirmaram que o mais relevante seria que Bolsonaro não fosse reeleito. Já 40,3% dos ouvidos disseram que a preferência é que Lula vença e volte a ser presidente. O petista também aparece com o menor índice de rejeição entre todos os candidatos: 44,5%.

Ademais, o levanta da CNT/MDA revelou que 61,8% dos entrevistados não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum. Os que consideram o seu governo ruim ou péssimo foram 48,2% e os que consideram a gestão de Bolsonaro ótima ou boa caiu de 33%, em fevereiro de 2020, para 27,7% em julho deste ano, o pior patamar desde o início do governo.

Para o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, os levantamentos da opinião comprovam a força do ex-presidente. “Lula é o melhor momento da história recente do Brasil”, lembra. “Ele é o grande portador de futuro e representa a superação desses tempos sombrios, liderando um projeto consistente de crescimento, soberania, justiça social, paz e reconstrução nacional”.

Mercadante acredita que Lula e o PT estão prontos para comparar os projetos de país. Ele diz estar confiante na vitória do ex-presidente. “Não é uma escolha difícil. É só comparar o legado de Lula com os resultados medíocres do desgoverno Bolsonaro — isso em qualquer área que eles quiserem. Por isso, não tenho dúvidas que voltaremos”, afirma.

De acordo com a pesquisa Vox Populi, divulgada em 21 de maio, Lula venceria a disputa em 2022 já no primeiro turno. Na pesquisa estimulada, o ex-presidente teria 43% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro atinge 24%. Na espontânea, quando os nomes não são citados, Lula aparece com 33% e Bolsonaro com 19%.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) destaca que a liderança do ex-presidente nas pesquisas é um reconhecimento do povo sobre as conquistas e avanços proporcionados pelos governos do PT. “Lula representa a esperança, a democracia, a civilidade e um Brasil que chegou a se tonar a 6ª economia do mundo, distribuindo renda e criando oportunidades para todos e para todas”, ressalta.

Todas as pesquisas também confirmam a polarização entre Lula e Bolsonaro e enterram a possibilidade da construção de uma chamada “terceira via”. Em nenhum levantamento, qualquer outro candidato aparece com chances reais de chegar sequer ao segundo turno. Ainda assim, mesmo quando testados em segundo turno improvável, Lula derrota qualquer um dos nomes testados, como Ciro Gomes, João Dória, Sérgio Moro e outros.