SOMOS TODOS IGUAIS: CHEGA DE DISCRIMINAÇÃO – 1982

Plataforma eleitoral do PT de 1982

O Brasil que queremos não é apenas o povo comendo, morando, tendo saúde, vestindo e se educando. A vida que almejamos tem que ser baseada sobretudo numa relação profundamente humana e fraterna, igualitária entre as pessoas, sem nenhum tipo de discriminação.

E nesta questão, a situação no Brasil é grave.

A mulher é tratada como ser de segunda categoria. A ela cabem os piores empregos e os menores salários, além de estar submetida à dupla jornada de trabalho, pois acumula todas as tarefas da casa. A todo momento é subjugada e humilhada, oprimida não só como trabalhadora, mas também como mulher.

O preconceito de cor é real. Os negros não têm os mesmos direitos que os brancos e, antes de mais nada, são tidos como suspeitos e marginais. Os índios são tratados como débeis mentais, massacrados física e culturalmente, não sendo respeitadas nem mesmo as suas reservas de terras.

Os homossexuais são humilhados e discriminados, tratados como doentes ou caso de

polícia.

Exigimos igualdade nas leis que regem a família, o trabalho e a sociedade. O direito ao trabalho, à profissionalização e a extensão dos direitos trabalhistas a todas às trabalhadoras, a exemplo das empregadas domésticas, respeito ao direito de salário igual para trabalho igual. As mulheres têm que possuir os meios para escolher se querem ou não ter filhos, o que implica o reconhecimento da função social da maternidade, o oferecimento de meios contraceptivos seguros e um atendimento médico permanente em todas as fases de sua vida.

É preciso acabar com todas as formas de discriminação contra os negros. As minorias, índios e homossexuais, têm que ser integralmente respeitadas.

Fonte: Jornal dos Trabalhadores, Encarte Especial, ano I, nº 02, abril de 1982, p. 06. Acervo: CSBH/FPA.

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