No dia 3 de agosto o auditório da sede nacional do PT, em São Paulo, ficou repleto de representantes do movimento negro ligados aos partidos da União do Povo-Muda Brasil.
Eles organizaram o evento para entregar a Lula o documento “Negros e negras no combate ao racismo – Queremos cidadania! – Mais empregos, menos discriminação”.
Na mesa estavam Lula; a candidata do PT ao governo do Estado de São Paulo, Marta Suplicy; Vicentinho, presidente da CUT; a senadora Benedita da Silva (PT-RJ); José Dirceu, presidente nacional do PT; Vital Nolasco (PCdoB); e Candinho (PDT).
O secretário de Combate ao Racismo do PT, Flávio Jorge Rodrigues da Silva, abriu o encontro apresentando os números da discriminação racial no Brasil relacionados a emprego, educação e situação das mulheres negras.
Para Benedita, “o povo negro brasileiro acredita que Lula dará visibilidade à sua luta. Queremos ser reconhecidos e medidas devem ser tomadas”, alertou.
A candidata petista ao governo de São Paulo, Marta Suplicy, apresentou projetos de seu programa de governo, que servirão como alavanca para o fim da discriminação racial e sugeriu que parte das campanhas publicitárias governamentais sejam usadas no combate ao racismo.
Para Luiz Inácio Lula da Silva a “falta de consciência política dificulta o fim do preconceito”. O candidato lembrou que o racismo no Brasil tem um caráter social forte e deu exemplos: “em uma fábrica, onde todos são iguais por causa do macacão, os promovidos nunca são negros”.
Para Lula é necessário recontar a história do Brasil, pois “a nossa nação está em dívida com os índios e negros” e apresenta como primeiro passo a qualificação da escola pública, que seria “o melhor caminho para estabelecer a igualdade entre brancos e negros”.
Os presentes também puderam ouvir de Lula uma orientação: “ocupem espaços, elejam um grande número de negros nestas eleições”.
Fonte: PT Notícias, nº 66, agosto de 1998, p. 01. Acervo: CSBH/FPA.
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