No fundo do poço não tem ovo nem leite
Sob o comando do capitão Jair Bolsonaro multiplicam-se os sinais da gravidade da crise em que nos meteram os economistas neoliberais, obcecados com o mito da austeridade fiscal. Um exemplo emblemático é a queda do consumo de ovos de galinha, que fez a produção encolher 3% no primeiro trimestre de 2018 na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
De acordo com as “Pesquisas Trimestrais da Pecuária” (IBGE) foi a primeira vez em 22 anos que ocorreu uma contração da oferta desse setor da pecuária, o qual se destaca por produzir um alimento com alta concentração proteica, que custa pouco e é destinado quase que exclusivamente ao mercado interno de consumo. Além disso, vale lembrar que, justamente por ser barato, o ovo muitas vezes serve de substituto para alternativas de proteína animal – em geral mais caras – durante os momentos de crise econômica.
Outra sinalização preocupante revelada pela mesma pesquisa do IBGE foi a expressiva queda na produção de leite. Na comparação entre os mesmos trimestres houve uma retração de 7,8%, isto é, a aquisição de leite cru diminuiu mais de 520 milhões de litros nos primeiros três meses de governo Bolsonaro.
Considerando que ovo e leite são as principais fontes de proteína animal na mesa dos brasileiros, e em especial na nutrição da população infantil, a queda de seu consumo é, portanto, um indicativo dramático do quão profundo é o atual processo de encolhimento da renda de grande parte das famílias em nosso país.