O resultado da eleição parlamentar de 9 de abril em Israel levará Benjamin Netanyahu ao cargo de primeiro-ministro pela quinta vez, tornando-o o mais longevo no cargo e superando o tempo de mandato de um dos fundadores do Estado, Ben Gurion.

Apesar de alguma recontagem de votos ainda sendo feita, o resultado para seu partido de direita, Likud, lhe deu entre 35 e 36 cadeiras, o que representa cinco ou seis posições à mais do que na eleição passada, de 2015. O seu oponente principal direto, Benny Gantz, de uma coalizão chamada “Azul e Branca”, obteve 35 cadeiras, 24 à mais em relação à 2015. Embora a imprensa o vendesse como um candidato de centro esquerda, na verdade é um general da reserva que ficou conhecido por comandar vários ataques letais aos palestinos da Faixa de Gaza. Apesar de seu discurso mais moderado do que o de Netanyahu, sua posição quanto à Jerusalém como capital de Israel, rechaçado por resoluções da ONU, e à anexação definitiva das Colinas de Golã que pertencem à Síria, era exatamente igual.

Os grandes derrotados na eleição foram o Partido Trabalhista que obteve seis cadeiras, treze à menos do obtido em 2015, o Meretz com quatro, uma à menos e a coalizão árabe com dez cadeiras, três à menos. Em resumo, o que havia de algum progressismo no Parlamento, agora tem pouco mais da metade da representação da legislatura que terminou.

Netanyahu deverá compor um novo governo com o apoio de até 65 deputados distribuídos entre o Likud, outros partidos de direita e os conservadores de caráter religioso. Se esta for a confirmação de suas negociações, estará mais confortável do que em 2015 quando conseguiu formar o governo com o apoio de 61 parlamentares, exatamente 50% mais um do total de 120 deputados.

Na avaliação do coordenador palestino das negociações de paz, Saeb Erekat, a população israelense votou contra a paz ao aumentar o poder de Netanyahu que durante a campanha eleitoral afirmou que anexará as áreas da Cisjordânia já ocupadas hoje por milhares de colonos israelenses, apesar de se tratar de território palestino.

À rigor, estas negociações estão paralisadas há algum tempo devido à esta política de colonização e agora o aliado externo mais importante do primeiro-ministro israelense, o presidente Donald Trump dos Estados Unidos, anunciou que apresentará um novo plano de paz para o Oriente Médio. Seu conteúdo ainda não é conhecido, mas certamente será inaceitável para os palestinos e a possibilidade de dois Estados e dois povos na região está cada vez mais distante.

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