Apesar da hesitação de algumas centrais, a mobilização de sexta permanece forte e a iminência da aprovação da Reforma Trabalhista apenas reitera a necessidade de grandes paralisações em todo Brasil.

A grande mídia segue escondendo a resistência democrática brasileira, mas é verdade que a conjunção entre: forte pressão nas ruas, mobilização junto aos parlamentares e crise política do governo golpista praticamente sepultaram a Reforma da Previdência após a realização da greve geral em 28 de abril.

Dessa vez, parece que a pressão do núcleo golpista afetou algumas lideranças sindicais, especialmente aquelas ligadas a partidos que compõem a base do governo ilegítimo, que vacilaram na defesa dos trabalhadores. Notícias dão conta que alguns setores da Força Sindical e da UGT não vão aderir às paralisações. Por outro lado, a CUT mantém firme seu papel de defesa dos direitos trabalhistas, e todos os grandes sindicatos filiados a esta Central já aderiram ao movimento.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, acredita que os trabalhadores possuem condições de barrar as reformas, que não são reformas, são desmontes. Em audiência pública no dia 27, disse: “não querem fazer negociação? Pratiquem a negociação. Retirem essa proposta esdrúxula e, passando essa turbulência eleitoral e política, a gente faz uma eleição direta, elege novo Congresso, nova presidência e coloca uma mesa de negociação trabalhista e previdenciária num governo eleito e em livre negociação. Não no legislado. Dizem que querem enfatizar negociação sobre o legislado, mas o que estão fazendo aqui é exatamente o contrário, à revelia dos trabalhadores”.

As palavras de Freitas demonstram exatamente o que o peso da instabilidade institucional causa ao processo democrático. O golpe dado por Michel Temer não serviu apenas para romper com a decisão da população com relação à presidência da República, ele autorizou o Parlamento a aprofundar essa ruptura. Esse é o principal fundamento da resistência democrática.

Além das paralisações de diversas categorias, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo convocou diversos atos no Brasil todo, em sintonia com o movimento grevista. Estão marcados atos em São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Guarulhos, Araraquara, Belo Horizonte, Uberlândia, João Pessoa, Campina Grande, Fortaleza, Mossoró, Porto Velho, Belém do Pará, Aracaju e Goiânia.

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