O papel das periferias nas eleições
A edição de setembro/outubro da revista Reconexão Periferias traz uma série de reflexões sobre temas essenciais para o bem viver nas periferias brasileiras que devem estar em pauta às vésperas das eleições municipais. Para que as escolhas sejam feitas a partir das necessidades da população e com base no compromisso dos candidatos com a governança participativa.
O artigo de Clédisson Júnior Entre a desconfiança e a esperança: o papel das Periferias nas eleições analisa o cenário desafiador que se desenha na proximidade das eleições, que colocam as periferias urbanas no epicentro de uma disputa que vai além da simples escolha de novos governantes.
Um dos assuntos mais importantes nos programas de governo atualmente é a segurança pública, que se torna cada vez mais frágil diante do crescimento dos diversos tipos de da violência enfrentados pela população periférica em todo o Brasil. É dele que trata o texto Uma segurança pública popular: refletindo além da militarização, de Sofia Toledo e Ruan Bernardo.
Outro tema abordado na edição é a a Lei Federal nº 14.903/24, batizada como Marco Regulatório do Fomento à Cultura, que se tornou uma importante vitória para o setor cultural brasileiro. No artigo Marco Regulatório do Fomento à Cultura: um chamado para a luta constante, a Advogada Juliana da Conceição observa que a lei visa atender uma antiga reivindicação das trabalhadoras e trabalhadores da cultura, setor em que a alta qualificação não corresponde aos cachês cada vez mais baixos para o exercício de um trabalho criativo que exige alto envolvimento emocional, corporal e intelectual.
A entrevistada desta edição é a juíza federal aposentada Cláudia Dadico, doutora em Ciências Criminais pela PUC Rio Grande do Sul e mestra em Direito Processual pela Universidade de São Paulo. Desde março de 2023 ela dirige o Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Agrários do Ministério do Desenvolvimento Agrário, responsável pela a arbitragem dos conflitos. Nesta entrevista, ela fala sobre a ação do governo federal para pacificar a violência no campo e nos territórios indígenas.
A seção perfil apresenta a Associação Elas Existem-Mulheres Encarceradas, que desde 2016 atua em prol das mulheres que compõem o sistema penitenciário e das adolescentes do sistema socioeducativo do Rio de Janeiro.
A edição traz ainda uma reportagem sobre regularização fundiária urbana. O governo federal selecionou 59 propostas de estados e municípios para receber R$ 5,5 bilhões do PAC, que serão utilizados na regularização fundiária e urbanização de favelas. A estimativa é que as propostas selecionadas beneficiem diretamente mais de 87 mil famílias, o que significaria por volta de 310 mil pessoas. Parte dos recursos provém do orçamento geral da União e parte do FGTS. A ação prevê melhoria das condições de vida nas periferias urbanas brasileiras.
A seção de arte apresenta Joana Jade, uma travesti, preta, mãe do bebê Niare. Nascida em 1995, em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, ela coordena e dirige o projeto Arte Trava, voltado para geração de renda por meio da moda e das artes visuais.