O IBGE mostrou que a taxa de desocupação (11,6%) no trimestre móvel de agosto a outubro de 2019 ficou estatisticamente estável tanto em
relação ao trimestre de maio a julho de 2019 (11,8%) quanto em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,7%), ou seja, parou de cair. Os números representam 12,4 milhões de pessoas na desocupação no Brasil, comparado a 94,1 milhões de pessoas ocupadas no país, 1,6% a mais em relação ao mesmo trimestre de 2018. Já a população fora da força de trabalho permaneceu estável em relação ao mesmo trimestre de 2018, alcançando 64,9 milhões de pessoas.

Quanto à subutilização, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi de 23,8%, representando 27,1 milhões de pessoas. O desalento atinge 4,6 milhões de pessoas.

Um dos grandes destaques para a pesquisa neste trimestre móvel é a composição da ocupação: enquanto o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (inclusive trabalhadores domésticos) alcançou 33,2 milhões e ficou estável em relação a 2018, o empregado sem carteira de trabalho assinada no setor privado foi novamente recorde na série histórica, atingindo 11,9 milhões de pessoas, 280 mil pessoas a mais frente ao mesmo trimestre de 2018.

Também, a pesquisa destaca que os trabalhadores por conta própria chegaram a 24,4 milhões, novo recorde na série histórica, com estabilidade frente ao trimestre anterior e alta de 3,9% (mais 913 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2018.

As recorrentes altas e recordes dos vínculos sem carteira e por conta própria mostram o avanço feroz da precarização no mercado de trabalho
brasileiro: a situação dos trabalhadores ainda está muito pior do que antes do início da crise. Enquanto isso, o governo não consegue responder aos problemas do dia a dia da população como a desocupação, a precariedade, a alta dos custos de vida como ocorre com a carne, a gasolina e o gás.

O combate à pobreza, à desigualdade e à precariedade não está na agenda do governo e não aparece como central na formulação de política pública. Pelo contrário, a proposta do governo tem ido na direção de ampliar a precariedade e a pobreza, como com a MP 905/2019, do “trabalho verde e amarelo”, que institucionaliza contratos precários para os jovens a fim de desonerar os patrões – e contando para isso com financiamento dos desempregados, o que foi apelidado de “taxação de grandes pobrezas”.

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