Bolsonaro quer exploração econômica da Amazônia
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender no dia 25 de julho, o desenvolvimento econômico da Amazônia. Em evento de entrega de medalhas da Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras 2019, no Colégio Militar da Polícia Militar V, em Manaus, Bolsonaro defendeu o desenvolvimento econômico da Amazônia.
Em seu discurso, afirmou que “aqui tem tudo para alavancar o Brasil ao local de destaque que ele tem e merece. Temos biodiversidade, riquezas minerais, água potável, grandes espaços vazios, áreas turísticas inimagináveis, temos tudo para alavancar a nossa economia, partindo aqui da região amazônica.”
Na mesma data, Bolsonaro se reuniu com o Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o ministro da Economia Paulo Guedes e representantes de outros ministérios para discutir mais de oitenta projetos industriais na região da Amazônia e também prometeu ao governador, Wilson Lima (PSC), asfaltar a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.
Desde a campanha eleitoral defende a exploração econômica da Amazônia, afirmando que a região é a mais rica do planeta e pode se tornar a “alma econômica” para o crescimento do Brasil. Bolsonaro defende que a Amazônia seja “útil ao desenvolvimento local e nacional” e descartou qualquer possibilidade de aderir à pauta ambiental.
Bolsonaro e sua equipe propagam que o “Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente no mundo” e os produtores rurais são os responsáveis por manter cobertura vegetal no país superior a 60%. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-SP) chegou a apresentar um projeto em abril que acaba com a “reserva legal”, áreas de vegetação nativa que os produtores rurais são obrigados a preservar em suas propriedades.
Mapeamentos feitos por ONGs, universidades e empresas de tecnologia e o próprio Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que 20% da floresta que existia em propriedades privadas foi desmatada ou degradada entre 1985 e 2017 enquanto, no mesmo período, a perda de mata nativa em unidades de conservação e terras indígenas foi inferior a 1%.
Recentemente, dados divulgados pelo Inpe mostram que o desmatamento na Amazônia disparou na primeira metade de julho. Registros de satélites mostram o desmatamento de mais de um mil quilômetros quadrados de floresta, 68% a mais do que o registrado no último ano. Ambientalistas afirmam que o aumento do desmatamento no Brasil é resultado das políticas de Bolsonaro na região da Amazônia que, se mantidas, a curto prazo comprometerão a maior floresta tropical do mundo, essencial no combate à mudança climática.