A situação do mercado de trabalho hoje é muito pior que antes da crise. É o que mostra o Dieese, através do Índice da Condição do Trabalho (ICT). Segundo a Instituição, o ICT é “um indicador sintético, construído com base em um amplo conjunto de indicadores sobre ocupação, renda e formas de contratação, e que inclui contribuição previdenciária, tempo de procura por trabalho, desigualdade de renda, entre outras variáveis” que, quanto mais próximo o valor do índice estiver de 1, melhor a situação geral do mercado de trabalho e, quanto mais próximo de zero, pior.

O ICT foi usado pelo Dieese para analisar a situação do mercado de trabalho no Brasil de 2012 a 2018 e o resultado está sintetizado no gráfico seguinte:

Em linhas gerais, o gráfico pode ser explicado por:

– Do início de 2012 ao primeiro trimestre de 2014, aumenta de 0,48 para 0,70, o que representa um ligeiro avanço na condição do trabalho.

– No restante de 2014, o ICT-Dieese variou próximo da estabilidade, apesar de uma piora no rendimento do terceiro trimestre.

– De 2015 ao final de 2017, o ICT-Dieese passou a diminuir de forma contínua.

Mas, se entre 2015 e o início de 2017 o Índice decresceu ‘puxado’ pela piora do subíndice Desocupação, no ano de 2017 o subíndice Inserção Ocupacional foi o principal responsável pela diminuição do ICT-Dieese, devido à queda no emprego com carteira assinada e no tempo de permanência no trabalho.

– A partir do primeiro trimestre de 2018, o ICT-Dieese pouco variou: a ligeira alta da Desocupação foi contrabalanceada pelas diminuições nas dimensões Rendimento e Inserção Ocupacional.

O índice mostra a piora da situação do mercado de trabalho a partir de 2015, sua posterior estabilidade em patamares mais baixos (piores, mais precários), o que contradiz o discurso de que teríamos ensaiado algum tipo de saída da crise. Para os trabalhadores, a saída da crise nunca ocorreu.

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