Laeser: publicação compara índices do mercado de trabalho para raça e sexo

A publicação Tempo em Curso: boletim mensal sobre as desigualdades de cor ou raça e gênero no mercado de trabalho brasileiro, do Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser/UFRJ), em sua última edição, analisa a evolução das assimetrias de raça e sexo presentes no mercado de trabalho brasileiro, utilizando dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Alguns indicadores apresentados pela publicação estão sintetizados na tabela abaixo:

Fonte: Laeser, 2014

Quanto ao rendimento médio, percebe-se que, se já existe um grande abismo entre o rendimento médio de brancos e de pretos e pardos, sendo que o rendimento médio de um branco é 1,7 vez maior que o de um pardo, a diferença é ainda mais gritante ao se comparar o rendimento médio de um homem branco e uma mulher preta e parda, sendo o rendimento do homem branco 2,33 vezes maior que o da mulher preta e parda. Tais diferenças também se expressam nas taxas de desemprego encontradas para os diferentes grupos (por exemplo, a taxa de desemprego das mulheres pretas e pardas é mais que o dobro da encontrada para homens brancos em outubro de 2014); na incorporação de massa salarial em relação ao todo (brancos incorporam 66,3% da massa de rendimento real habitual de todos os trabalhos, sendo minoria da população) e na taxa de rotatividade (a dos brancos chega a 33,0%, sendo a dos pretos e pardos 43,6% e, entre homens pretos e pardos, de 47,7%).

A análise da posição na ocupação também mostra que mulheres pretas e pardas são maioria no emprego doméstico e minoria no emprego no setor privado. Brancos são a maioria dos militares ou funcionários públicos (59,4%) e a grande maioria dos empregadores (71%).

O estudo mostra que, apesar das melhorias na recente década no mercado de trabalho, ainda existem abismos de raça e gênero no mercado de trabalho, sendo necessário o aprofundamento de políticas de valorização do salário mínimo, formalização, combate à rotatividade e investimento em programas específicos para a população negra e para as mulheres em geral e, em especial, para as mulheres negras.

Para ler mais:

Tempo em Curso Ano VI; Vol. 6; nº 12, Dezembro, 2014
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Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista
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