Banco Central reduz ritmo de aumento da Selic e aponta para fim de aperto monetário
FPA Informa 118
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27 de fevereiro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Banco Central reduz ritmo de aumento da Selic e aponta para fim de aperto monetário: O Banco Central decidiu ontem, por unanimidade, por aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros básica da economia, a taxa Selic. Com esta elevação, a taxa alcança o patamar de 10,75% ao ano. O aumento de 0,25 p.p, no entanto, representa uma redução no ritmo recente de avanço dos juros (que vinham subindo 0,50 ponto percentual a cada reunião),prenunciando o fim do ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central. A ata da reunião de ontem deverá ser divulgada na próxima semana, quando saberemos as razões pelas quais os dirigentes do Bacen se convenceram de que era momento de abrandar, e quem sabe encerrar, o ciclo de aperto monetário.
Comentário: A alta das taxas de juros no período recente atendeu a dois propósitos distintos, mas complementares: em primeiro lugar, reduzir pressões inflacionárias por meio do encarecimento do crédito; em segundo lugar, foi uma resposta do Banco Central ao aumento das taxas de juros na economia norte-americana, derivado da retirada parcial dos estímulos monetários naquele país, o que causou uma saída de capitais das economias emergentes. Para além da explicação por estes fatores “técnicos”, o aumento dos juros pode ser parcialmente explicado também pela pressão enorme do mercado financeiro e de parte da mídia sobre o governo e o Banco Central, para restabelecimento dos parâmetros de ganhos financeiros, que foram reduzidos ao longo do governo Dilma. Agora, com o fim do ciclo de aperto monetário, o Banco Central denota que a inflação deve continuar em queda, e voltou a caminhar para o centro da meta, além de descartar a existência de grandes riscos externos no horizonte, não sendo mais necessário ajustar nossas taxas de juros para atrair capitais externos. Tal percepção é corroborada pela queda de todos os índices inflacionários neste começo de 2014, inclusive pela queda no IGP-M, que foi divulgado nesta quinta-feira, 27 e apresentou alta de apenas 0,38% em fevereiro, contra 0,48% registrados em janeiro.
PIB brasileiro cresce 0,7% no 4° trimestre de 2013 e melhora expectativas para 2014: O IBGE divulgou na manhã de hoje que o PIB brasileiro apresentou crescimento de 0,7% no último trimestre de 2013, totalizando 2,3% de crescimento no ano de 2013, após ter crescido 1% em 2012. O resultado foi muito superior à previsão média dos analistas de mercado, que esperavam crescimento de apenas 0,3% no último trimestre do ano, o que faria com que o crescimento em 2013 fosse de 2,2%. Segundo o IBGE, o forte crescimento do último trimestre de 2013 está ligado a ampliação tanto dos gastos (0,7% de aumento no gasto das famílias) quanto dos investimentos (0,3%). Por setores, o destaque do PIB de 2013 fica por conta do crescimento de 7% da agropecuária, seguida pelo aumento de 2% no setor de serviços e 1,3% da indústria. Pelo lado da demanda, as famílias consumiram 2,3% mais em 2013 e o governo, 1,9%.
Comentário: O forte crescimento do quarto trimestre é uma ótima notícia para o Brasil, derrubando a expectativa de alguns analistas de que o país estaria no caminho de uma recessão. A alta de 0,7% no trimestre denota que tanto o crescimento dos investimentos quanto o consumo das famílias continuam em alta, e servem como motor do nosso PIB, que passará a ser cada vez mais beneficiado pela recente desvalorização cambial, impedindo que parte desta demanda gerada internamente seja atendida por produtos importados. As previsões para o crescimento do PIB de 2014 devem se alterar nos próximos dias, se aproximando mais da previsão oficial do governo de crescimento de 2,5%, com manutenção da renda e do emprego, além de queda na taxa de inflação. Para quem esperava um ano muito ruim no campo econômico para derrotar Dilma no pleito eleitoral, as notícias dos primeiros meses de 2014 não são nada animadoras, com inflação em baixa, emprego crescendo, e aumento do PIB, que voltou a surpreender os mais pessimistas.
AGENDA DO DIA
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PIB/Brasil
9h
IBGE
IGP-M
8h
FGV
Análise: Guilherme Mello, Economista
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