É com pesar e ao mesmo tempo com esperança que escrevo sobre Celso Daniel, esse grande administrador público.

Com pesar porque é triste lembrar, mesmo depois de uma década, do seu violento assassinato. Com esperança porque tenho certeza de que seu trabalho e compromisso social deixaram um legado de ética, transparência e competência pública dentro e fora do Partido dos Trabalhadores.

É com pesar e ao mesmo tempo com esperança que escrevo sobre Celso Daniel, esse grande administrador público.

Com pesar porque é triste lembrar, mesmo depois de uma década, do seu violento assassinato. Com esperança porque tenho certeza de que seu trabalho e compromisso social deixaram um legado de ética, transparência e competência pública dentro e fora do Partido dos Trabalhadores.

Este ano, completa-se uma década saudade, e, no dia 16 de abril, Celso Daniel faria 61 anos. Antes de qualquer coisa, Celso era um ser humano com imensa sensibilidade social, preparo intelectual e apreço pelas políticas públicas que de fato mudavam a vida das pessoas.

Como prefeito de Santo André (1989-1992, 1997-2000, 2001-2002), foi um dos primeiros no Brasil que pôs em prática nosso “modo petista de governar”, e o fez com um empolgante espírito de mudança e apoio popular. Foi de Santo André uma das primeiras experiências do Orçamento Participativo, do governo comprometido com a transparência pública, da ampla abrangência dos direitos sociais e, mais importante, da (des)inversão de prioridades que mais tarde caracterizaria seus governos. Assim, Celso se tornou referência político-administrativa nacional e internacional.

Seu governo foi inegavelmente marcado por seus princípios: sua estima pela participação popular, sua capacidade de articular políticas que beneficiaram todo o conjunto da população e, o mais visível, seu espírito visionário. Celso Daniel foi um sonhador e, mais do que isso, um idealista que, como prefeito, conseguiu materializar muito de seus sonhos.

No PT, ele sempre teve o reconhecimento e a admiração dos milhares de militantes, por seu empenho como administrador e por jamais ter perdido seus referenciais petistas. Em 2000, se reelegeu com mais de 70% dos votos, marca dificilmente atingida por qualquer político, e, no fim de 2001, foi escolhido pelo então candidato Lula para coordenar o programa de governo da campanha que mais tarde alçaria o primeiro operário à presidência da República. Infelizmente, ele não teve tempo para ver Lula subir a rampa do Palácio do Planalto e se tornar o melhor presidente da história do Brasil até então. Teve sua vida interrompida por um crime bárbaro, até hoje não esclarecido pela justiça. Celso foi sequestrado após um jantar, e seu corpo, cravejado de balas, foi encontrado numa estrada próxima a Santo André.

Certamente teria orgulho dos anos que se seguiram. Com Lula e Dilma, posso acreditar que o espírito de Celso Daniel está em paz, vendo o Brasil se tornar uma potência mundial, crescendo economicamente e distribuindo renda, tirando milhões de brasileiros da pobreza, com programas sociais reconhecidos no mundo todo, uma política de habitação que faz inveja aos países desenvolvidos e investindo pesado em Educação, Ciência e Tecnologia.

É lamentável que Santo André sofra hoje com a interrupção de diversos programas e ações do governo de Celso, internacionalmente reconhecido e admirado. Santo André precisa recuperar o legado de Celso Daniel, de compromisso social com administração de qualidade – essa é a melhor maneira de homenageá-lo.

O brutal assassinato de Celso Daniel não foi uma perda apenas para o Partido dos Trabalhadores, mas um prejuízo incalculável para a administração pública brasileira e a própria democracia.

Gilberto Alvarez Giusepone Jr., Giba, é professor e filiado ao PT de Santo André.