Comissão da Verdade: Construir uma democracia sólida e duradoura. Entrevista com Nilmário Miranda
A ditadura militar sufocou o Brasil de 1964 a 1985. Nesse período de medo e perseguições, 479 militantes da liberdade foram assassinados, 163 corpos nunca apareceram e mais de dez mil lutadores pela democracia foram exilados.
A ditadura militar sufocou o Brasil de 1964 a 1985. Nesse período de medo e perseguições, 479 militantes da liberdade foram assassinados, 163 corpos nunca apareceram e mais de dez mil lutadores pela democracia foram exilados.
Há pelo menos 30 mil relatos de torturas; livros, músicas, peças de teatro e até o Jornal Nacional eram censurados pelos militares. Essa é a descrição que o presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, faz do tempo de escuridão que o Brasil viveu por 21 anos.
Nilmário que foi o primeiro ministro dos Direitos Humanos do governo Lula é uma liderança importante na luta pela criação da Comissão da Verdade, um projeto do governo federal que tramita no Congresso, e que pretende revelar oficialmente aquilo que sempre foi negado, silenciado e escondido. "Os documentos que os militares entregaram, até agora, não podem ser aceitos porque os laudos e descrições eram falseados". Um dos exemplos mais recorrentes do que Nilmário denuncia é a execução pura e simples de um prisioneiro político, cujo boletim aparecia depois como "morto em tiroteio".