Convenção PT: discurso de Dilma Rousseff
Esta é a íntegra do discurso de Dilma Rousseff ao ser homologada candidata do PT à presidência da República nas eleições 2010.
"Companheiras e companheiros do meu partido,
A minha emoção é muito grande. Mas a minha alegria também é muito grande por esta festa estar tão cheia de energia, tão cheia de confiança e esperança. Sei que esta festa não é para homenagear uma candidata. Aqui nós estamos celebrando, em primeiro lugar, a mulher brasileira. Aqui se consagra e se afirma a capacidade de ser, de fazer da mulher brasileira.
Em nome de todas as mulheres do Brasil, em especial, da minha mãe e da minha filha, recebo essa homenagem e essa indicação para concorrer à Presidência da Republica. Ser a primeira mulher presidente do meu País é o que eu almejo. É também em nome delas que eu repito, eu abraço essa missão deferida pelo meu partido, o Partido dos Trabalhadores, e pelos partidos da nossa coligação que hoje estão aqui presentes.
A energia, companheiros e companheiras, que move esta grande festa brasileira, é a força do trabalho. É a força do sonho de um povo que sempre lutou e jamais perdeu a esperança. E que levou a presidência um trabalhador que provou que um novo Brasil é possível. Um Brasil justo, um Brasil forte, um Brasil democrático, um Brasil independente. Cheio de oportunidades para todas as brasileiras e os brasileiros.
E não é por acaso que, depois desse grande homem, ele pode ser governado por uma mulher. Um Brasil de Lula com a alma e coração de mulher.
O nosso presidente Lula mudou o Brasil. E o Brasil por causa dessa mudança quer seguir mudando. A continuidade que o Brasil deseja é a continuidade da mudança, que é isso que nós conseguimos mudar. É seguir mudando para melhor, mudando para melhor o emprego, a saúde, a segurança, a educação. É seguir mudando com mais crescimento e inclusão social. É seguir mudando para que outros milhões de brasileiros saiam da pobreza e entrem na classe média, como nós conseguimos durante o governo do nosso presidente Lula.
É seguir mudando para diminuir ainda mais a desigualdade entre as pessoas, os gêneros, as regiões e as etnias.
Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros, a distância entre o sonhar e o fazer pode ser mais curta do que a gente imagina, desde que a gente tenha a coragem, a determinação – que eu sei que nós temos. Foi o que ocorreu durante o governo do presidente Lula, quando alcançamos tantas conquistas que tantos julgavam impossíveis.
Como o presidente há pouco falou, por exemplo, quando nós pagamos a dívida externa e passamos a ser aqueles que emprestavam dinheiro para o Fundo Monetário Internacional. Nós vimos, durante o governo do presidente Lula, se confirmar o que ele mesmo disse no início do primeiro governo. Você sabe o que ele disse? Ele disse uma coisa muito certa. Ele disse o seguinte: primeiro vamos começar fazendo apenas o necessário, depois nós vamos fazer o possível e, quando menos se esperar, nós estaremos realizando o impossível.
Pois é, companheiros, nós somos aqueles capazes de realizar o impossível. Quando me perguntam: mas como é que isso aconteceu? Eu respondo: foi porque trabalhamos com cabeça e com o coração. Foi porque trabalhamos primeiro para as pessoas e nós produzimos resultados surpreendentes.
Quando perguntam como isso aconteceu, eu também respondo: foi porque nós soubemos abrir novos caminhos, quebrando antigos tabus. O tabu mais importante que quebramos foi o de que era quase impossível governar para todos os brasileiros.
Historicamente quase todos os presidentes que nos antecederam, que antecederam o governo do presidente Lula, governaram para um terço da população. Poucos foram aqueles que governaram para todos. Para muitos deles, o resto era peso, o resto da população era resto, era peso, era carga, era estorvo.
Não era integrado por brasileiros e brasileiras.
Sempre diziam: tem que arrumar a casa primeiro, para depois melhorar a situação. Falavam e nunca arrumavam a casa. Porque nós sabemos que é impossível arrumar uma casa deixando dois terços ao relento, à margem do progresso, à margem da civilização. Cada um de nós sabe disso.
O resultado era um só. O Brasil era uma casa dividida, marcada pela injustiça e pelo ressentimento. Nós fizemos o contrário. Só fazia sentido governar se fosse para todos, e provamos que aquilo que era considerado estorvo, aquilo que era considerado peso e carga, eram na verdade a força, o impulso para crescer, avançar e fazer esse país, um país de todos.
Quebramos o tabu e provamos que incluir os mais fracos e os mais necessitados de progresso era um avanço no desenvolvimento do país. Um caminho socialmente correto, um caminho politicamente indispensável e, sobretudo, um caminho que eleva economicamente o crescimento e o desenvolvimento.
Companheiras e companheiros, nós queremos e podemos fazer mais e melhor.
Para realizar esta grande tarefa, não basta apenas ser eleito ou dizer que vai fazer. É preciso conhecer bem o Brasil, conhecer o governo e ter projetos que ampliem e acelerem o que está sendo feito. Não é necessário que eu diga a vocês. Chega de promessas. Aqueles que sabem fazer são aqueles que farão. Aquelas que sabem fazer são aquelas que farão.
É preciso ainda companheiros estar do lado certo e ter a postura e atitude corretas. É preciso dar prioridade e apoio aos que mais precisam.
Porém, devemos governar como governamos para todos os brasileiros e todas as brasileiras. Mas é preciso, sobretudo, acreditar no Brasil, acreditar no povo brasileiro. Acreditar, por exemplo, numa coisa fundamental: que podemos e vamos erradicar a miséria e nos tornarmos um dos países de uma das maiores e mais vigorosas classes médias do mundo.
Podemos alcançar isso, porque somos um povo criativo. Somos um povo empreendedor. Temos uma democracia sólida, uma democracia vibrante. Temos um grande mercado interno, a maior reserva florestal e a mais limpa matriz energética do planeta. Temos também o parque industrial diversificado, uma agricultura forte e desfrutamos de estabilidade econômica, agora com grandes reservas de moeda internacionais, muito maiores do que os nossos compromissos. Porque nós acumulamos, companheiras e companheiros, 250 bilhões de dólares de reserva, quando no passado íamos de pires na mão ao FMI pedir empréstimo.
Mas, para ampliar o que nós conquistamos, precisamos reforçar. Reforçar primeiro a nossa confiança cada vez maior no Brasil. Reforçar também a capacidade de planejar do Estado brasileiro. A capacidade de planejar e a integração entre o estado e o setor produtivo, setor privado, entre o governo e a sociedade.
Entre o governo Federal, entre o governo dos estados e dos municípios.
Esse trabalho terá como prioridade, para nós, a educação de qualidade, como disse o nosso presidente.
Dando sequência à transformação educacional que hoje está em curso no Brasil, da creche à pós-graduação.
Isso, companheiros, significa dar especial atenção a formação continuada para os professores, para o ensino fundamental e médio. Fazer com que os professores tenham pelo menos o curso universitário. Mas é também preciso dar aos professores uma remuneração condizente com a importância deles.
É importante, companheiros, que os nossos professores, sobretudo, sejam respeitados. E quando forem colocar suas legítimas reivindicações, não sejam reprimidos por policiais armados.
É importante também que o nosso aluno seja avaliado e as nossas escolas também, para que a gente possa garantir uma qualidade do ensino fundamental, tanto do ensino médio tanto do ensino básico.
É necessário espalhar isso que o presidente voltou a fazer: escolas profissionalizantes por todo o Brasil, levando a cada cidade, cada município que pudermos. Ter escolas técnicas para que o aluno não corra atrás da escola, mas que ela vá aonde está o aluno.
É necessário qualificar o ensino universitário. O universitário fazendo pós-graduação, equipar nossas escolas e dar aos nossos alunos acesso a banda larga gratuita e assegurar bolsas de estudo de apoio aos alunos. E, aí sim, formar jovens preparados para conduzir a sociedade da tecnologia e do conhecimento.
Quero dizer para vocês uma coisa: se eleita presidente, eu vou liderar sem descanso esse progresso. Esse processo de levar a educação a todos os brasileiros e brasileiras. Educação de qualidade.
Para o Brasil seguir mudando, e para melhor, é fundamental promover um salto de qualidade na assistência universal produzida pelo Sistema Único de Saúde.
Nossas prioridades na saúde estarão baseadas em três pilares:
– Financiamento adequado e estável para o Sistema Único de Saúde;
– Valorização das práticas preventivas;
– Organização dos vários níveis de atendimento, garantindo atendimento básico, de ambulatorial nas unidades de Saúde, nas UPAS, nas Unidades de Pronto Atendimento.
Que também haja atendimento hospitalar de alta média complexidade, garantindo que a população resolva seus problemas de saúde, que não seja empurrada para uma próxima etapa. Isso em todos os Estados brasileiros.
Daremos prioridade ao desenvolvimento de remédios, produção no Brasil dos chamados fármacos, de modo que as nossas instituições de pesquisas universidades e empresas sejam capazes de produzir aqui remédios adequados e mais baratos.
Para o Brasil seguir mudando para melhor, precisamos investir, ainda mais, em pesquisa, inovação e política industrial.
O governo Lula foi o que mais investiu em pesquisa e inovação na história recente. A nossa meta é ampliar este esforço, focando nos setores portadores de futuro – como é o caso da biotecnologia, agroenergia e da produção desses princípios chamados fármacos. Fortalecendo o tripé empresas privadas, institutos tecnológicos e redes universitárias.
Isso vai favorecer nosso parque industrial. Vai aumentar o emprego e a nossa competitividade. Também na área agrícola e industrial vai fortalecer as nossas exportações.
Nós vamos adotar um princípio que o presidente adotou logo no início do governo. Quando o Brasil voltou a produzir plataformas aqui, deixamos de exportar empregos para a Singapura e Coreia.
O principio é muito claro e ele diz assim: tudo que pode ser produzido no Brasil deve ser produzido no Brasil, porque nós somos capazes, com o mesmo preço, qualidade e prazo. É para empregar aqui e gerar renda aqui e não exportar empregos lá para fora.
Para o Brasil seguir mudando, companheiras e companheiras, é preciso investir na inclusão digital, no acesso á internet. A economia, a cultura contemporânea, exigem que toda a sociedade tenha acesso aos bens digitais. Isso é fundamental para construir uma sociedade baseada no conhecimento. Como Lula, eu quero continuar sendo presidente da inclusão social, mas quero ser também a presidente da inclusão digital.
Para o Brasil seguir mudando, e a vida do seu povo ficar cada vez melhor, é preciso investir em segurança pública. Isso exige uma ação planejada e concentrada em segurança nas áreas urbanas. A exemplo do que o governo Lula vem fazendo com o Pronasci.
É necessário, também, dar continuidade na capacitação da nossa Polícia Federal nas áreas de fronteiras e nas ações de inteligência.
É preciso lutar contra o crime organizado, contra o roubo de cargas, contra o tráfico de armas e, sobretudo, contra as drogas. Contra essa praga destruidora que é o crack.
O crack avança sobre a nossa população de forma devastadora. O crack é um crime contra a juventude, contra a família e contra a sociedade. Mas nós vamos vencer essa guerra. E vamos vencer como venho dizendo: com apoio, com carinho e com autoridade.
Para o Brasil, companheiros e companheiras, seguir mudando, é preciso voltar a fazer o planejamento urbano, revigorar a meta de prover serviços públicos fundamentais como água e esgoto sanitário. E aumentar a paz social dentro das nossas cidades.
Melhorar o ambiente das cidades é uma ação urgente e necessária, já iniciada com o Programa de Aceleração do Crescimento.
É hora de avançar ainda mais, ampliando o acesso ao esporte, lazer e a cultura. Melhorando cada vez mais o saneamento básico e os serviços de saúde de qualidade. E assegurando um tipo de transporte acessível e eficiente.
Para o Brasil seguir mudando, é preciso continuar a investir maciçamente em infraestrutura. Vamos seguir estimulando por meio do Programa de Aceleração do Crescimento. Ter a parceria entre o setor público e privado e garantir investimentos que ampliem a competitividade de nossa economia.
Vamos construir e melhorar portos e aeroportos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Ampliar e garantir mais eficiência ao nosso sistema elétrico, aos meios de transporte, incluindo o trem de alta velocidade e de transporte de cargas.
Eu quero ser a presidente da consolidação da infraestrutura brasileira, completando o grande trabalho do presidente Lula.
Para o Brasil seguir mudando, nós precisamos vencer o déficit habitacional, a falta de moradia, já nessa década que se inicia. Com o Minha Casa, Minha Vida, nós abrimos um vigoroso caminho nessa direção.
Garantimos subsídios que evitam os preços dos financiamentos insuportáveis para os mais pobres. Mobilizamos o setor privado e simplificamos a burocracia.
Participei da concepção e da coordenação do Programa Minha Casa, Minha Vida, a pedido do presidente Lula. Esse programa, portanto, eu sei como fazer para avançar mais. E nós já temos pronto o projeto para mais 2 milhões de moradias.
Para o Brasil seguir mudando, nós temos que priorizar a chamada economia do baixo carbono, consolidada no modelo de energia renovável que conquistamos. É preciso também dar prosseguimento ao que o governo Lula fez, incentivando os projetos de reflorestamento em áreas degradadas e cumprindo as metas de redução do desmatamento.
Em especial, nós vamos cumprir as metas de Conferência de Copenhague, independentemente do que façam ou deixam de fazer os outros países. Ao mesmo tempo, nós vamos investir, procurando novos materiais e produtos mais adequados a sustentabilidade e a proteção ao meio ambiente.
Para o Brasil seguir mudando, temos que continuar modernizando a política de desenvolvimento regional, reconhecendo as particularidades de cada estado, cada região. Eu quero ser, depois do presidente Lula, a presidente da moderna integração regional do país. Unindo o Nordeste, o Norte, o Centro-Oeste, o Sul e o Sudeste, de forma que todas as nossas regiões possam realizar as suas qualidades e aproveitar as oportunidades.
Para o Brasil seguir mudando, é preciso assegurar a estabilidade e continuar as reformas que melhoram o ambiente econômico, em especial a Reforma Tributária. A nossa estrutura tributária é caótica, apesar de áreas de excelência na administração e se não tivermos coragem de reconhecer isso, jamais faremos esta reforma tão urgente e necessária.
Entre outras coisas, vamos investir para informatizar todos os tributos. Ampliar a base de arrecadação e diminuir as alíquotas dos impostos. Outra grande meta do governo Lula, que nós vamos completar e que foi realizada, mas iremos aprofundá-la, é a desoneração do investimento. Porque ele melhora o crescimento econômico.
Para o Brasil, companheiros e companheiras, seguir mudando, nós precisamos valorizar a nossa cultura.
Vamos ampliar a produção e o consumo de bens culturais com base em nossa diversidade. Dar meios e oportunidades para a criatividade popular. Assim, nós vamos alargar caminhos para que aflore a diversidade cultural brasileira, cuja riqueza e significado podem ser comparados aos da nossa biodiversidade.
A cultura é o espaço por excelência da alma e da identidade de um povo. É essencial para a construção de um sentido e de um sentimento de nação. Nós precisamos da cultura para a nossa identidade, para saber quem somos. Sabemos que a cultura brasileira é diversificada. Do Norte ao Sul, Leste a Oeste desse Brasil.
Nós temos manifestações ricas. E elas fazem parte do nosso sentimento de sermos brasileiros e brasileiras.
Para o Brasil seguir mudando, precisamos aproveitar, em benefício de todo o país, as reservas extraordinárias do pré-sal,descobertas pela nossa querida Petrobras.
Não podemos nos transformar num exportador de óleo cru. Ao contrário, devemos agregar trabalho de brasileiros e brasileiras ao petróleo aqui dentro, construindo aqui dentro refinarias e exportando derivados de maior valor e portanto de maior riqueza do Brasil.
O pré-sal, como já e disse o presidente Lula, é o nosso passaporte para o futuro. Seus recursos não devem ser gastos apenas para a geração presente. Devem formar uma robusta poupança para servir a todas brasileiras e brasileiros, com investimentos em educação, cultura, meio ambiente, ciência e tecnologia e combate à pobreza.
Para o Brasil seguir mudando, precisamos aprofundar a nossa democracia, aperfeiçoando e valorizando nossas instituições. Unir o melhor das nossas energias para fazer a Reforma Política. Quero dizer com todas as letras aos partidos políticos e ao país: não dá mais para adiar esta reforma.
Ela é uma necessidade vital para corrigir equívocos, vícios e distorções. Para dar eficácia ao voto do eleitor e credibilidade à representação parlamentar. Para dar transparência às instituições e garantir mecanismos reais de controle pelo cidadão da vida parlamentar. Para fortalecer os partidos, estimular o debate público e a participação popular.
A consolidação do estado democrático de direito passa, igualmente, pela garantia e pela manutenção de ampla liberdade de imprensa e da livre circulação e difusão de idéias.
Exige, cada vez mais, a ampliação do direito à informação da população, com a multiplicação dos meios de comunicação. E que sejamos capazes de dar respostas abrangentes e inclusivas aos imensos desafios e às fantásticas possibilidades abertas pelo mundo digital, pela internet e pelo progresso e pelo processo de convergência de mídias.
Para o Brasil seguir mudando, vamos ampliar nossa presença internacional, oferecendo ao mundo as contribuições valiosas que já demos no governo Lula na área econômica, mudança climática e recentemente para a paz mundial.
Seguiremos defendendo, de forma intransigente, essa paz mundial, a convivência harmônica dos povos, e não a guerra, a redução de armamentos e a valorização dos espaços multilaterais.
Em especial, vamos seguir estreitando as relações com os nossos vizinhos aqui da América Latina e integrando a América do Sul e a América Latina. Sem querer ter qualquer espécie de imperialismo, sem querer abafar ninguém, mas com ênfase na solidariedade e no desenvolvimento de todos.
Precisamos manter nosso olhar especial para a África. A África que é um continente que contribuiu para a nossa formação. Para a nossa formação, para a nossa cultura, para a nossa língua.
Companheiras e companheiros, para o Brasil seguir mudando é preciso, acima de tudo, manter e aprofundar o olhar social do governo do nosso grande presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
É mais que simbólico nesse momento. O PT e os partidos aliados estão dizendo algo que eu acho muito importante. E isso é mais que simbólico: chegou a hora de uma mulher comandar o país. Eles estão dizendo para aprofundar e ampliar o olhar de Lula. Para aprofundar esse olhar, ninguém melhor do que uma mulher na presidência da República.
Creio que eles têm toda razão. Nós, mulheres, nascemos com o sentimento de cuidar, de amparar e de proteger. Somos imbatíveis na defesa de nossos filhos e da nossa família.
Milhões e milhões de heroínas que homenageio nas figuras maravilhosas de Ilza de Nazaré, dona Raimunda dos Cocos, Giovana Abramovicz, Maria da Penha, Ivanete Pereira, Hildelene Lobato Bahia, Janaina Oliveira, Rose Marie Muraro, Maria da Conceição Tavares e Maria da Penha, nossas convidadas especiais, que são exemplos vivos de luta e sensibilidade social.
E quando falamos de cuidado e amparo, falamos de cuidado e amparo para todos os brasileiros. Se nós somos capazes e somos as responsáveis pelo cuidado e amparo nas nossas famílias, com nossos filhos e filhas, irmãos e maridos, nós somos também responsáveis diante da necessidade de cuidado e amparo da população brasileira. Eu estou falando aqui de saúde, educação, segurança e emprego.
De cuidar mais e melhor das nossas crianças, dos nossos jovens e dos mais velhos. Estou falando aqui de construir, no mínimo, mais 500 unidades de pronto atendimento – as UPAs 24 horas. Para garantir que as mulheres desse país e que os homens desse país, as crianças e os jovens tenham acesso a uma saúde quando necessitam de tratamento de emergência. Estou falando de mais 8.600 novas unidades básicas de saúde.
Estou falando de seis mil creches. De expandir e consolidar a rede de escolas técnicas. Estou falando também de centros de excelência no nível superior, de centros de inovação científica e tecnológica. Estou falando, como diz o presidente Lula, de ampliar o ProUni, para que mais homens e mulheres possam formar-se em medicina.
Estou falando em fortalecer os programas sociais. E aqui, ministro Patrus, estou falando de um carinho especial pelo Bolsa Família, da qual o senhor cuidou nos últimos anos, meu querido companheiro Patrus.
Estou falando de ampliar o emprego e melhorar o salário. De continuar o grande trabalho desse grande presidente que é Lula. Estou falando, queridas companheiras, porque estou convencida de que os próximos anos serão decisivos. Estou falando porque esses anos serão decisivos porque neles nós vamos ter de seguir mudando.
Nós vamos ter que seguir incluindo, de seguir crescendo. E temos tudo para atingir esses objetivos. O Brasil vai mudar definitivamente de patamar.
Nós podemos dizer que nós vamos erradicar a miséria nos próximos anos. Porque já começamos a fazer.
Nós podemos dizer que somos capazes de fazer com que o Brasil transite de país emergente para país desenvolvido no qual a população desfrute de serviços públicos adequados, de educação de qualidade e bons de empregos.
Eu tenho certeza: se trabalharmos direito e fizermos as opções acertadas e corretas, vamos construir e levar para nossos filhos, nossos netos e netas, o melhor lugar do mundo para se viver.
Companheiras e companheiros,
Durante o governo do presidente Lula, começamos a construir um novo Brasil. Esta é a obra que quero continuar. Com a clara consciência de que continuar não é repetir.
É avançar.
Esta é a missão que o presidente Lula, o PT e os países aliados colocam em minhas mãos. É este o compromisso de fazer o Brasil seguir mudando que assumo, hoje aqui com vocês e com todo Brasil, que assumo a partir da minha alma e do meu coração.
Este é o compromisso que vamos cumprir, com coragem, com determinação, eu e meu companheiro de chapa, Michel Temer, futuro vice-presidente da República.
Temer: vamos fazer uma bela caminhada juntos, com nossos partidos e com todos os partidos da coalizão a coalizão dos que sabem que, da mesma forma que foi preciso somar forças para conquistar a democracia no passado, é preciso somar forças hoje para alargar ainda mais o caminho aberto pelo nosso presidente Lula. Estamos juntos para seguir mudando. Não há e não haverá retornos.
Nesta campanha nós vamos debater em alto nível, vamos confrontar projetos e programas. Vamos esclarecer ao povo que somos diferentes dos outros candidatos.
Mas depois de eleitos, governaremos para todos os brasileiros, como fez Lula, o presidente que uniu os brasileiros. Governaremos para todos, sem exceção.
Eu sei como buscar a união de forças e não a divisão estéril. Sei como estimular o debate político sério e não o envenenamento que não serve a ninguém.
Para concluir, quero lembrar para vocês, contar para vocês, uma cena que vivi há poucos dias num aeroporto e que me comoveu fortemente.
Eu estava num aeroporto, quando um jovem casal, com uma filhinha muito bonita, se aproximou de mim. E a mãe falou assim: ‘eu trouxe minha filha aqui para você dizer a ela que mulher pode’. Aí ela disse que mulher pode. Eu perguntei para a menina: ‘mulher pode o quê?". E ela: ‘ser presidente’. Aí, eu disse: ‘pode sim, não tenha dúvida que pode’.
Sabem como é o nome desta menininha? Ela chama Vitória!
Pois é, para ela, para essa menina chamada Vitória, e para as milhões e milhões de pequenas Vitórias e Marias, meninas deste Brasil que não sabem ainda que uma mulher pode ser presidente, é para elas que eu quero dedicar a minha luta. E a nossa vitória.
Para que, assim como depois de Lula, um operário brasileiro, qualquer operário brasileiro, saiba que ele, seu filho, seu neto, podem ser presidente do Brasil. Assim como Lula construiu essas certezas, essas pequenas Vitórias e Marias também possam responder, quando perguntadas o que vão ser quando crescer; que elas possam responder, como fazem os meninos : ‘Eu quero ser Presidente do Brasil!’."