A Herança maldita
O ponto central do governo Lula 3 será enfrentar as mazelas deixadas pelo ex-capitão. Por isso é fundamental a Câmara concluir a aprovação da PEC do Bolsa Família. São R$ 145 bilhões de reais anuais fora do teto de gastos para a reparação social
Os quatro anos do desgoverno de Jair Bolsonaro deixam uma descomunal herança maldita. O Estado foi praticamente destruído, com a ruína de políticas públicas em áreas como educação, saúde, cultura, meio ambiente e promoção comercial.
O desastre se estendeu ao campo social: o país nunca presenciou tanta concentração de renda em tão curto período, criando-se novos milionários e bilionários enquanto 33 milhões de pessoas passaram a ter fome e mais 100 milhões foram jogadas na insegurança alimentar, sem saber o que vão comer ao longo do dia.
À parte a política elitista, incompetente e geradora de miséria, com arrocho salarial e inflação, a dupla Bolsonaro e Paulo Guedes mostrou incompetência. O rombo no Orçamento ultrapassa a casa dos R$ 300 bilhões. Prometeu-se um Bolsa Família no valor de R$ 600, mas sem previsão orçamentária. Tiraram recursos do Farmácia Popular, das universidades e institutos federais, congelaram os repasses para a merenda escolar em míseros 36 centavos de real por aluno.
Para aumentar a nódoa na imagem externa do Brasil, o País deve R$ 5 bilhões a organismos internacionais, sem previsão orçamentária para honrar o compromisso. Servidores públicos estão sem reajuste salarial há sete anos. Não há recursos para serviços essenciais, que já estão paralisados ou prestes a entrarem em colapso. Há a ameaça do não pagamento de aposentados do INSS em janeiro, por incúria do ex-capitão.
Nesse cenário caótico, o principal desafio do governo Lula, além de colocar o Brasil nos eixos, será interromper o ciclo da pobreza e da fome. O ponto central de seu governo será enfrentar essas mazelas deixadas pelo ex-capitão.
Para isso, será fundamental a Câmara concluir a aprovação da PEC do Bolsa Família, que vai garantir o benefício social mensal no valor de R$ 600 e mais R$ 150 por criança de até seis anos. Serão R$ 145 bilhões de reais anuais fora do teto de gastos para a reparação social.
Trata-se de um instrumento estratégico para tirar o Brasil do fundo do poço. Dá uma folga orçamentária que garantirá simultaneamente a justiça social e recursos para investimentos, aumento real do salário mínimo e a implementação de ações que vão garantir a retomada do crescimento econômico do país.
O governo deixou um orçamento impossível de ser executado, já que é uma peça de ficção, cheio de furos em todas as áreas. Basta dizer que não há previsão orçamentária sequer para a realização de uma campanha de vacinação em 2023.
Com rearranjo orçamentário e a aprovação da PEC, prevê-se a retomada das obras públicas no Brasil, o que poderá impulsionar a economia, gerando milhões de empregos no curto e longo prazos.
O Brasil padeceu nesses últimos quatro anos com um governo neofascista desastroso, autoritário e contrário aos interesses nacionais e populares. Felizmente, o pesadelo está prestes a acabar. Faltam poucos dias para a posse de Lula e o Brasil voltar sorrir de novo. •