Tesoureiro do partido e guarda municipal em Foz do Iguaçu, petista é lembrado como “lutador incansável” de causas sociais e trabalhistas. Ele chegou a concorrer na última eleição ao cargo de vice-prefeito do município. Deixa esposa e quatro filhos

 

Marcelo Aloizio de Arruda tinha acabado de completar 50 anos de idade quando, na própria festa de aniversário, foi assassinado a tiros pelo agente penitenciário federal Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, na madrugada de domingo. Arruda era guarda municipal de Foz do Iguaçu há pelo menos 28 anos. Ele compunha a primeira turma da corporação, segundo a prefeitura municipal. Marcelo deixou a esposa, a policial civil Pamela Suellen Silva, e quatro filhos, sendo um ainda bebê.

Ele nasceu na favela e começou a trabalhar como engraxate. O interesse político e pelas questões sociais nasceram daí. Desde cedo, porém, soube conviver com as diferenças e tinha amigos das mais variadas ideologias. Como ex-militar e guarda, convivia e se dava bem com muitas pessoas mais à direita, incluindo bolsonaristas.

Ele era diretor-executivo do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). A organização sindical, em nota de pesar, lembrou do seu dirigente como um “lutador incansável pelas causas dos servidores municipais”, alguém para quem “não tinha tempo ruim” e que estava “sempre disposto e aguerrido nas lutas”.

Marcelo era filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e tinha um cargo importante de gestão na legenda, sendo o tesoureiro, responsável pela prestação de contas. Ele chegou a se candidatar a vice-prefeito de Foz do Iguaçu nas eleições de 2020, na chapa com Luiz Henrique Dias da Silva (PT).

A disputa, entretanto, foi encerrada com a vitória da chapa encabeçada por Chico Brasileiro (PSD), atual prefeito do município. Em em nota, o administrador agradeceu ao ex-adversário “seus anos de funcionalismo público” e pela defesa da cidade e dos servidores municipais durante o tempo em que militou como dirigente sindical e político.

“Marcelo era um agente da segurança pública, guarda municipal que zelava pelo patrimônio e a vida das pessoas. Também era dirigente sindical e lutava pelos direitos das pessoas e um mundo mais justo”, descreveu nas redes sociais o presidente do PT no Paraná, o deputado estadual Arilson Chiorato. •

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