Apesar da pequena recuperação em sua popularidade, o presidente da República tem enormes dificuldades. Lula é o favorito enquanto o outro corre tendo alto índice de rejeição. Nada menos que 50% do eleitorado feminino consideram Bolsonaro ruim ou péssimo

 

 

As pesquisas eleitorais mais recentes apontam que a recuperação do presidente Jair Bolsonaro ante seus antigos eleitores ainda não foi suficiente para reverter o quadro de reprovação alta entre as mulheres brasileiras ao governo do líder da extrema direita nacional. Este é um dos pontos abordados neste artigo pelo Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), ligado à Fundação Perseu Abramo.

Ainda que os índices de aprovação do governo tenham melhorado também entre as mulheres — houve queda de 9 pontos percentuais na avaliação negativa do presidente, desde novembro de 2021, 50% das mulheres consideram Bolsonaro ruim ou péssimo. São 7 pontos percentuais a mais que a reprovação entre os homens, segundo a Quaest.

Do ponto de vista eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem larga vantagem contra Bolsonaro entre as mulheres. As pesquisas mostram que não houve variação significativa do patamar que o petista tem no primeiro turno entre o eleitorado feminino, cuja preferência gira entre 47% e 48%.

Já o atual ocupante do Palácio do Planalto passou de um patamar entre 19% e 20% ao final de 2021 para algo em torno de 24% e 26% das intenções de voto. Isso coincidiu tanto com a melhora em sua avaliação de governo quanto com a saída de Sergio Moro da disputa eleitoral.

O levantamento do PoderData aponta que 50% da população considera o governo ruim ou péssimo, enquanto 28% consideram ótimo/bom. As variações em relação ao mês anterior se encontram dentro da margem de erro — indicando que houve uma tendência de estabilidade de março para abril. Nos dados referentes à corrida eleitoral, Lula (PT) teria 41% das intenções de voto no segundo turno, enquanto Bolsonaro (PL), 36%.

A distância de 5 pontos percentuais do presidente para o petista só se confirma se considerarmos os limites de margem de erro nas pesquisas BTG/FSB, que está em torno de 2 pontos, e Ideia Big Data — 3 pontos. Ambas apontam a diferença de Lula e Bolsonaro atualmente é de 9 pontos. A pesquisa XP/Ipespe — 3.2 pontos percentuais de margem de erro —, por outro lado, traz uma distância de 14 pontos entre os candidatos.

Segundo o PoderData, ainda no primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) teria 6%, seguido por João Doria (4%), André Janones (3%), Luciano Bivar (1%) e Simone Tebet (1%). Outros candidatos não chegaram a 1% na pesquisa. Brancos, nulos e indecisos somam 7%.

Pelo levantamento, no segundo turno, Lula teria 48% contra 39% do atual presidente. O PoderData aponta que hoje Bolsonaro tem 61% dos votos daqueles que optaram por ele no segundo turno das eleições de 2018.

Todas as pesquisas reforçam uma consolidação da polarização entre os dois principais candidatos. Segundo a FSB, 82% dos eleitores de Lula e o mesmo volume dos eleitores de Bolsonaro têm certeza no voto.

A maior parte dos eleitores de Simone Tebet (91%), Vera Lucia (87%), João Doria (74%) e Ciro Gomes (59%) afirma que pode mudar sua escolha. Apenas o deputado André Janones tem uma parcela majoritária entre seus eleitores certa que votará no pré-candidato do Avante.

O levantamento do Ipespe traz que 58% dos eleitores acreditam que Lula será o vencedor das eleições, enquanto 31% apontam Bolsonaro como o vitorioso em outubro. Segundo a pesquisa Ideia Big Data, 56% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro não merece ser reeleito.

O PoderData mensurou ainda a opinião dos brasileiros acerca de temas relacionados ao aumento de combustíveis e ao porte de armas. Segundo o levanamento, 67% da população concorda que o governo deveria intervir na Petrobrás para reduzir o preço da gasolina.

E a metade (50%) dos brasileiros é contrária à privatização da Petrobrás. A agenda armamentista de Bolsonaro também não encontra eco na opinião pública: 62% da população é contra o Palácio do Planalto facilitar a compra de armas de fogo e 55% da população não quer ter armas de fogo em casa. •

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