Um golpe marcado pela ausência de mulheres no gabinete interino
Ausência absoluta de mulheres na formação do gabinete do governo interino demonstra o que significa o conceito de patriarcado
A cena de posse do presidente interino e ilegítimo, cercado dos seus ministros, também ilegítimos, é memorável como demonstração do que significa, no concreto real, o conceito de patriarcado: um sistema de poder dos homens. A ausência absoluta de mulheres na formação do gabinete do governo interino é, em si, um indicador da ordem conservadora que naquele momento toma conta do poder político no país.
Uma vez desmascarados podemos ver agora as faces horrendas dos homens públicos que arquitetaram e produziram o golpe patriarcal e ultraliberal contra a primeira mulher, democraticamente, eleita presidenta do Brasil.
Articuladores ocultos, traidores, homens violentos e gananciosos visam destruir as políticas sociais que sustentam a vida cotidiana, eliminar os direitos trabalhistas que asseguram cidadania a milhões de mulheres e homens, privatizar os bens públicos e comuns para autofavorecimento com fins de enriquecimento de seus patrimônios formados, em grande medida, pelo desvio do dinheiro público e, finalmente, mas não menos grave, cumprir os desígnios do sistema financeiro e entregar a riqueza do país aos capitalistas do Norte, que não cessaram, jamais, de extorquir os países do Sul.
A cena de posse do presidente interino e ilegítimo, cercado dos seus ministros, também ilegítimos, é memorável como demonstração do que significa, no concreto real, o conceito de patriarcado: um sistema de poder dos homens. A ausência absoluta de mulheres na formação do gabinete do governo interino é, em si, um indicador da ordem conservadora que naquele momento toma conta do poder político no país. Os arranjos posteriores de inclusão irrisória de mulheres não servem para superar em nada o significado da cena original. Ao contrário, as mulheres que se dispuseram a compor essa farsa só contribuem para sustentar o poder que lhes oprime.
É importante ressaltar que, desde a campanha eleitoral em 2014, as expressões misóginas já se mostravam como uma arma de confronto das forças políticas conservadoras. Após a vitória nas urnas da presidenta eleita Dilma Rousseff essas forças, inconformadas com a derrota e desrespeitando as regras do processo democrático eleitoral, intensificaram os ataques e utilizaram de maneira recorrente todas as formas de preconceitos contra as mulheres na política como um mecanismo de desqualificação pessoal e do poder de uma mulher como presidenta da República. Clique aqui e leia a íntegra.