Mais uma semana de retrocessos para a política indígena brasileira. Entre os acontecimentos destaca-se a exoneração do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Franklimberg Ribeiro de Freitas, motivada por pressão dos ruralistas conduzidos por Luiz Antônio Nabhan Garcia (secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e presidente licenciado da União Democrática Ruralista).

Segundo Franklimberg, a motivação de sua exoneração foi sua resistência em acabar com o Departamento de Proteção Territorial da Funai – área destinada a proteção, identificação e demarcação de terras indígenas. Os ruralistas tentam reduzir a função de demarcação das terras da Funai antes que a organização retorne ao Ministério da Justiça.

Franklimberg Freitas criticou o andamento da política indígena do governo Bolsonaro e fez o seguinte pronunciamento aos servidores da Funai: “Quem assessora o senhor presidente não tem conhecimento de como funciona o arcabouço jurídico que envolve a Fundação Nacional do Índio. O presidente está muito mal assessorado a respeito da condução da política indigenista no país. E quem assessora o senhor presidente da República é o senhor Nabhan. Que, quando fala sobre indígena, saliva ódio aos indígenas”. A Funai está em processo de transição do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça, mas o futuro da instituição e de seus objetivos originários ainda são incertos.

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