Copom decide hoje sobre o futuro da taxa Selic em um ambiente de alta volatilidade e especulação por parte do mercado financeiro
Ano 4 – nº 346 – 20 de janeiro de 2016
ECONOMIA NACIONAL
Copom decide sobre juros sob pressão do mercado financeiros: O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve decidir hoje sobre o futuro da taxa Selic no Brasil em um ambiente de alta volatilidade e especulação por parte de integrantes do mercado financeiro. Ao longo das últimas semanas, havia se consolidado nos juros futuros a possibilidade de elevação de 0,5% na taxa de juros brasileira nesta reunião do Copom, mesmo que tal decisão fosse majoritariamente criticada por economistas dos mais diversos matizes ideológicos. Uma reviravolta pode ter ocorrido ontem, quando o presidente do Banco Central (BC) comentou a revisão da expectativa de crescimento para o Brasil por parte do FMI (que prevê uma recessão de 3,5% em 2016), dizendo que a deterioração das expectativas de crescimento são significativas e devem ser levadas em consideração pelo colegiado antes de se decidir pelo futuro da taxa Selic. Isso foi entendido pelo mercado como uma sinalização de que talvez o BC não suba os juros como ou tanto quanto o esperado, gerando profunda volatilidade nos mercados de juros futuros e uma onda especulativa contra o país, que se refletiu na desvalorização do real e no aumento dos juros longos.
Comentário: A decisão do Copom de hoje tem razoável importância, pois servirá como sinalização sobre as prioridades do governo para este ano. Caso, mesmo em meio a maior recessão das últimas décadas, o Copom decida elevar a taxa de juros para atender as pressões e demanda do setor financeiro (e assim, teoricamente, conter o avanço das expectativas inflacionárias, mesmo que o aumento dos juros não tenha quase nenhum impacto sobre a inflação no atual cenário), qualquer possibilidade de retomada do crescimento estará profundamente ameaçada pela política monetária restritiva. Caso, no entanto, o Copom decida manter a taxa de juros no atual nível, ele demonstrará que sua preocupação maior é a retomada do nível de atividade, mas provocará uma insurgência de vários atores financeiros, que o acusarão de estar sendo pressionado pelo governo e aumentarão as expectativas inflacionárias. Sob a chantagem e pressão do mercado financeiro de um lado, e a eventual pressão do governo e a responsabilidade com o crescimento do país de outro, o mais provável é que o BC tome uma decisão “salomônica” e suba os juros apenas 0,25%. O problema é que tal decisão não resolve nem o dilema do crescimento, nem controla as expectativas inflacionárias. O ideal seria o Banco Central tomar sua decisão de maneira firme, apostando em seus modelos que dizem que a inflação de serviços tende a recuar e que o impacto da recessão nos preços será grande. Caso siga apenas o que dizem seus modelos e informações, divulgados em seus comunicados e relatórios, a tendência do BC é manter a taxa de juros no patamar atual. Caso eleve os juros, será mais uma prova de que o BC pode ser independente do governo, mas certamente é refém das pressões e chantagens do mercado financeiro.
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