José Luís Fiori

No início da década de 70 do século passado, dois cientistas sociais norte-americanos – Charles Kindleberger e Robert Gilpin – formularam quase ao mesmo tempo uma tese sobre a “ordem mundial” que ficou conhecida pelo nome de “teoria da estabilidade hegemônica”. O mundo vivia o fim do sistema de Bretton Woods e assistia à derrota dos Estados Unidos no Vietnã. Esses dois autores estavam preocupados com a possibilidade de que se repetisse a Grande Depressão dos anos 1930, por falta de uma liderança mundial, e foi com essa preocupação que Kindleberger formulou seu argumento de que “uma economia liberal mundial necessitaria de um estabilizador e um só país estabilizador" para poder funcionar “normalmente” – um país que assumisse a responsabilidade e garantisse ao sistema mundial certos “bens públicos” indispensáveis para seu funcionamento, como seria o caso da moeda internacional, do livre-comércio e da coordenação das políticas econômicas nacionais.

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