Do Outras Palavras
Um moleque ousado, para usar sua própria caracterização, o médico de saúde pública Gastão Wagner embarcou, em 1991, em uma aventura e tanto – tornando-se, em Campinas, um dos pioneiros na implantação do Sistema Único de Saúde. E seu périplo, três décadas mais tarde, e longe de terminar, continua a esbanjar ousadias. Como demonstra o livro organizado por ele e outros três médicos lançado dia 25/11. Em entrevista a Outra Saúde, ele revela um pouco do universo invisível e fascinante da atenção primária.
Pode-se dizer que a atenção primária, ao somar o trabalho cotidiano de dezenas de milhares de profissionais, enraíza o SUS na sociedade brasileira e é responsável por seus resultados singulares, celebrados mundialmente. O livro, conta Gastão, é resultado de uma intervenção direta da universidade – no caso, a Unicamp – nessa vasta teia de atuação do SUS. Com 44 autores, seus textos são a elaboração do trabalho decorrente de um curso oferecido na Unicamp para profissionais de atenção primária do SUS. “A gente chama de ‘educação permanente dos profissionais do SUS’, e especificamente da atenção primária”, diz Gastão. E “usa uma metodologia heterodoxa: um curso centrado na discussão da prática, na discussão de casos”.