"Dois panos brancos amarrados nos galhos das árvores que ficam num canteiro da avenida Carlos Caldeira Filho, região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, chamam atenção dos motoristas e pedestres que circulam pelo local. Porém, se a passagem for ligeira e desatenta, dificilmente será notada a presença de um barraco pequeno no fundo do canteiro. Ali, desde novembro de 2020, vive Severino Carlos Pereira, 50 anos, trabalhador autônomo e conhecido como “Pernambuco”, por conta da sua origem: o município de Macaparana, a 120 quilômetros do Recife. Foi ele quem pendurou as bandeiras brancas “para chamar a atenção da população”. “Toda ajuda é bem-vinda”, diz.

Severino faz parte de um número de pessoas em situação de rua ainda não contabilizadas pela prefeitura de São Paulo. O último levantamento censitário, realizado em 2019, apontou que 24.344 munícipes estavam vivendo nas ruas da cidade, sendo 11.693 acolhidos na rede socioassistencial e 12.651 em vias públicas. Mas, com o aumento do desemprego na pandemia, movimentos sociais alertam que esse número cresceu e continua aumentando.

Para Darcy Costa, coordenador do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, o dado de 2019  está muito defasado. “Na época [2019], a gente já tinha uma contradição em relação à contagem que o Ipea [Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada] fez, que era um número maior que esse levantado pela pesquisa da prefeitura. O deles [Ipea] apontou 32 mil pessoas e o CadÚnico, do governo federal, 33 mil pessoas cadastradas como população em situação de rua”, comenta."

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