Resenha de Henry Campos e Nahuan Gonçalves
Um número crescente de escolas em todo o território americano está fechando temporariamente ou por períodos indefinidos, poucos dias depois de terem retomado suas atividades, pois a pandemia ameaça comprometer mais um ano escolar. Escolas em vários estados, incluindo Indiana, Louisiana, Oklahoma, Tennessee e Georgia, foram fechadas este mês depois que estudantes, professores e funcionários apresentaram testes positivos para o novo coronavírus, colocando milhares deles em quarentena e em aulas remotas. Vários superintendentes que trabalharam para reabrir escolas também tiveram testes positivos e pelo menos um deles faleceu.
É grande a inquietação nos Estados Unidos quanto à retomada de aulas presenciais. Uma pesquisa do Wall Street Journal e NBC News mostrou que 49% dos pais não se sentiam confortáveis com a volta de seus filhos à escola. Pesquisa mais recente do jornal Financial Times mostra que 64% dos pais não são favoráveis à volta às aulas presenciais. Desde março, quando mais de 50 milhões de estudantes foram forçados a ter aulas remotas por causa da pandemia, o país tem se confrontado com o dilema de quando e como reabrir escolas. Cerca de 1.921 estudantes e funcionários de um distrito escolar nos subúrbios de Atlanta, por exemplo, foram colocados em quarentena por terem estado em contato com dezenas de outros que tiveram testes positivos para o coronavírus desde a abertura das escolas no dia 03 de agosto. Os resultados não muito favoráveis do ensino a distância, já que não houve uma preparação prévia adequada, têm tornado a aceitação dessa opção mais difícil.
Na França, a Sociedade Francesa de Pediatria, em longo comunicado, demonstra a sua preocupação com a retomada das atividades presenciais sem um planejamento que possa ser considerado consistente. A proximidade dos dias frios de outono e do inverno, quando cresce consideravelmente o número de infecções respiratórias, bronquiolites e diarreias, faz com que os pediatras recomendem fortemente a vacinação em massa contra os agentes causadores das doenças sazonais mais frequentes, a grande maioria delas causadas por vírus e com sintomas comuns com a Covid-19. Ressalte-se também a dificuldade do porte constante de máscara entre crianças e adolescentes e a dificuldade de manter o distanciamento recomendado.
Pela mesma inquietação, na Itália, 8,3 milhões de estudantes são o centro das atenções, já que as escolas estão fechadas desde o início de março. No dia 17 de agosto o ministro da Saúde italiano, Roberto Esperanza, lançou um apelo aos jovens italianos: “ajudem-nos a manter o contágio sob controle’’. Embora a contaminação de crianças seja menor, ela existe e a capacidade de transmissão é a mesma que a dos adultos infectados, constituindo um fator adicional que alimenta o temor da reabertura de escolas, que aos poucos se universaliza.
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